Na última terça-feira, 17, o grupo OTB, responsável pela marca Marni, anunciou que Francesco Risso se despedirá de sua posição como diretor criativo após quase dez anos à frente da grife. Embora um sucessor ainda não tenha sido designado, essa mudança ocorre em um contexto de transformações na empresa de Renzo Rossi. Recentemente, viu Simone Bellotti se unir à Jil Sander e Glenn Martens assumir a direção criativa da Maison Margiela.
Risso ingressou na Marni em 2016, inicialmente como um nome pouco conhecido no setor, sucedendo a fundadora da marca, Consuelo Castiglioni. Durante seu tempo à frente da grife, ele se destacou pela criação de coleções extremamente inovadoras e repletas de fantasia. Com designs excêntricos e ousados, Risso desafiou as convenções do mercado ao apresentar peças que encantavam o público e despertavam emoções, segundo a Harper’s Bazaar.
Para ele, a moda era uma forma de arte, manifestando-se em vestidos esculturais confeccionados com recortes de flores em papel, malhas e calçados que pareciam ter saído de um conto de fadas contemporâneo, além de tecidos frequentemente reciclados e pintados à mão com estampas abstratas impressionantes.
O processo criativo de Risso assemelhava-se mais ao de um artista conceitual do que ao de um estilista tradicional. Ao desenvolver sua coleção para o outono de 2024, ele cobriu todo o estúdio com papel branco e orientou sua equipe a se desconectar completamente de influências externas, evitando qualquer referência visual ou sonora.
Coleções passadas
Para a coleção de outono de 2020, Risso utilizou exclusivamente sobras de diversos tecidos para compor cada peça com costuras inacabadas e pontos não lineares. Em uma aparição marcante no desfile dessa temporada, ele se apresentou vestido como um coelho em uma experiência psicodélica.
Além de suas propostas conceituais audaciosas, Risso também demonstrou uma habilidade excepcional para se conectar com uma nova geração. Criando peças colecionáveis e singulares que se destacavam em meio à uniformidade e aos preços exorbitantes que dominaram o mercado de luxo nos últimos anos.