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    SPFW é a primeira semana de moda no mundo a se alinhar com o varejo
    Momento final do desfile de Vitorino Campos Verão 16 ©Agência Fotosite
    SPFW é a primeira semana de moda no mundo a se alinhar com o varejo
    POR Redação

    Em meio à discussão global sobre a necessidade de uma grande adequação do calendário de moda à realidade atual do consumidor e do mercado, o SPFW torna-se a primeira semana de moda a oficializar essa mudança, aproximando o desfile do varejo.

    + Entenda a mudança que irá transformar o sistema de moda

    O evento completou 21 anos, e durante 17 deles já funcionava num sistema bem próximo do varejo. “Mas era uma condição imposta pela realidade possível. Era o mais distante que a gente conseguia ficar para organizar o calendário. E não tinha internet, nada disso, era um ‘b2b’ total”, relembra Paulo Borges, fundador e diretor do SPFW.

    Há três anos, o SPFW fez uma mudança necessária no calendário para dar uma distância para planejar os showrooms, assim as roupas tinham até seis meses para chegar às lojas. Nessa época, as mídias sociais estavam esquentando. Pois há tempos Paulo vem conversando com estilistas e empresários do setor sobre a influência que as redes têm provocado na moda. “Agora vivemos essa grande mudança e voltamos para a nossa origem, que é fazer o desfile como um instrumento para o consumidor final”.

    O que muda

    A partir de 2017, os desfiles do SPFW acontecerão em fevereiro e julho/agosto, ajustados às datas de lançamentos das coleções nas lojas para o consumidor. Paulo adianta que algumas marcas, porém, começam a se mexer desde já. “Não é um processo imposto, é um avanço na direção e na bússola. Temos uma transformação adiante e cada marca, ao seu modo, se adequa à sua maneira a essa demanda”, explica.

    Essa é uma indústria que vive claramente de ciclos e o atual está dando sua volta final. A internet e as redes sociais provocaram grandes mudanças, e permanecer estático ou andar para trás é impensável. Há de se acompanhar o movimento natural.

    As redes sociais atrapalham o ciclo da moda? “Não, elas impulsionam. O acerto é o que você está mostrando. E nós podemos fazer esse ajuste no calendário mais facilmente porque vivemos 17 anos na boca dessa data, mas o consumidor não tinha como ver porque não havia internet como hoje”.

    Desfiles são sobre ideias

    Para Paulo, o novo momento do SPFW chega com uma série de aprendizados, como o planejamento dos showrooms e o entendimento do desfile como uma ferramenta de construção de marca e comunicação. “O grande momento é o desfile. Ele é 360 graus, atinge a imprensa, o varejo e, através da internet e das redes, o consumidor. É uma grande ferramenta de construção da imagem da marca e também provocador de desejo para o consumidor final. Por isso, não se pode perder o principal, que é provocar, fazer pensar, refletir e desejar a criação. Não pode ser simplesmente a apresentação de uma arara de loja. O importante são as ideias. Ninguém se estimula a comprar só porque chegou uma roupa de verão ou de inverno.”

    A mudança também incentiva novos formatos de apresentação. Paulo usa como exemplo a performance de Kanye West na semana de moda de Nova York. “É possível? É possível. Surgem novos formatos, de grandes shows a apresentações menores. A plataforma de apresentação midiática se assume diante dessa mudança.”

    O fim do Inverno e Verão

    Outra mudança que acontece – essa já para a próxima temporada, que começa dia 25 de abril – é o abandono da nomenclatura Inverno/Verão, que há décadas acompanha as semanas de moda. “Não faz mais sentido. Somos um país que não tem mudanças rígidas de estação”. Assim, o próximo evento leva o nome de SPFW 41. Já em novembro, mais próximo da mudança geral, o SPFW será um híbrido nesse sentido, porque é uma construção de um processo adiante.

    Hoje, mais do que nunca, as pessoas querem a passarela. E é inegável que o consumidor final determinou todas essas mudanças através das redes. Para Paulo, houve um encontro de estímulos do ponto de vista de quem cria e de quem consome. “O estilista não cria para ele, e sim para o consumidor. Este quer ver o novo e consumir rápido. É esse ajuste que vai se dar a partir de agora”, explica.

    De fato, o novo sistema passará por ajustes e atualizações em diversos níveis. Surgirão novas combinações entre imprensa (principalmente as revistas) e marca, para que a informação seja mais estratégica. A moda vai começar a trabalhar em ciclos mais curtos e conseguir descongestionar essa ansiedade que o meio estava vivendo em ter showroom e desfile e, um mês depois, buscar outras formas de continuar alimentando o consumidor, sempre atrás de novidades. “Tudo o que está acontecendo no mundo da moda é muito benéfico para o Brasil. Somos mais jovens, com o mercado em construção. Já vivemos outros ciclos de transformação, seja por crise, abertura de mercado, altíssima estima ou baixíssima estima. Já passamos por altos e baixos”. Para Paulo, é justamente na crise que as lideranças se fortalecem, que surgem novos ciclos.

    O SPFW sempre se posicionou de maneira inovadora, como a transmissão dos desfiles ao vivo desde 2001. “A gente começou a provocar essa conexão com o consumidor. Na época, ninguém queria que o consumidor tivesse acesso. Até pouco tempo atrás, houve muita resistência, era tudo muito fechado”.

    A revolução não será televisionada. Ela está sendo transmitida ao vivo no seu smartphone.

     

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