Raf Simons no final da apresentação da sua primeira coleção para a Dior ©Reprodução
Desde que Raf Simons apresentou a sua primeira coleção para a Dior, de alta-costura, chovem opiniões: “muito Jil Sander”, “muito New Look da década de 40”, ou até um mix das duas. A única opinião que faltava ouvir era a do próprio Simons. Mas não mais – em um vídeo postado pela maison francesa no seu canal oficial do YouTube, Raf explica não só o conceito por trás da coleção apresentada – esclarecendo assim boa parte das dúvidas dos fashionistas -, como também fala sobre o sentimento de entrar em uma maison com tamanho patrimônio histórico como a Dior.
“Todos conhecemos e percebemos a Christian Dior de uma forma muito específica”, começa dizendo no vídeo, se referindo à herança da marca dos últimos 10 anos, “e eu acho que é só por causa da história que reconhecemos os formatos [das peças] e que os assumimos como coisas fáceis, até que vemos como são criados. Desde que estou na casa, descobri ainda mais coisas que eu não via antes – como códigos, gestos e atitudes específicas”, acrescenta. E foi descobrindo essas atitudes e códigos tão característicos que Simons propôs na sua coleção aquilo que ele chama de “attitude gesture”, que em tradução livre podemos chamar de um “gesto com atitude”: o designer belga quis transformar esses “gestos e atitudes específicas” em algo mais “ligado aos dias de hoje e à forma como as mulheres vivem as suas vidas”. O seu desejo era de “trazer muita história, mas com outra dinâmica e energia. Acho que esse é o grande desafio”. Assim, alguns vestidos foram cortados em formato de minivestido e outros abertos na frente, estilizados com calça em baixo, “e aí se vê a nova dinâmica, a mulher pode se mexer melhor, e ter as mãos nos bolsos”, diz Simons, acrescentando que quis evitar a situação de “não toque, apenas olhe”.
Veja abaixo o vídeo com a declaração completa do designer: