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    Fashion Mob: um genuíno celeiro de novos talentos da moda
    Fashion Mob: um genuíno celeiro de novos talentos da moda
    POR Redação

    fashionmob_01Multidão fashion tomou conta do Centro antigo de São Paulo no último domingo (28/11) ©Agência Fotosite

    Num domingo de sol escaldante e pouca brisa, uma pequena multidão um tanto atípica para aquele horário e região tomava conta da praça do Largo do Arouche. E não, não se tratava de um carnaval fora de época. Mas sim dos participantes _e alguns visitantes curiosos_ do 2º Fashion Mob da Casa de Criadores, evento de rua organizado por André Hidalgo, que tem como proposta ser uma plataforma para qualquer estilista mostrar seu trabalho. Assim mesmo, levando o conceito da palavra “democracia” quase ao pé da letra.

    Bastavam os interessados se inscrevem e aparecer no dia (com sua coleção ou obra), sem nenhum tipo de seleção ou pagamento de taxa _o que também faz com que muita gente se inscreva, mas não dê as caras.

    “Esse ano foram 200 inscritos, na categoria Moda, mas por volta de 70 vieram desfilar. No ano passado foram 43 participantes”, contou André Hidalgo. Janaína Rosa, curadora do evento e repórter do it MTV, contou que este ano a participação foi muito mais espontânea, e que eles não precisaram “ficar correndo atrás de gente pra participar”.

    fashiomob03Modelo exibe óculos com cristais: no Fashion Mob, vale tudo para chamar a atenção dos jurados ©Agência Fotosite

    Com música bombando _de funk a Felipe Dylon passando por Katy Perry e Lady Gaga_ comandada pela club kid Laís Pattak, o clima no Largo do Arouche era de diversão, com transeuntes mais que curiosos. As amigas Amanda Valença, Sheyla Saysson e Bárbara Alves, que moram próxima ao local, ouviram o barulho e resolveram conferir de perto. “Gostei de uma coleção que as modelos usavam uns coques tipo Pedrita. Muito finas!”, comentou Sheyla.

    Henry Solomovici, que é figurinista, foi ao Fashion Mob para conhecer as propostas de moda dos novos talentos. “Mas ainda estou achando tudo muito confuso, vamos ver se vai dar para entender a ideia”. O figurinista também acrescentou que é ótimo que existam eventos como o Fashion Mob, pois mostra que a moda não é algo exclusivo dos desfiles fechados para convidados.

    Mas no meio de tanta gente, o que torna um estilista interessante aos olhos dos jurados? Para André Hidalgo, a resposta é saber aproveitar o lugar e a liberdade. “Como não há um tema e é tudo bem livre, o mais legal é que as pessoas aproveitem isso e criem, sejam originais e tragam elementos que tenham a cara do evento, um styling diferente, que conversem com a ideia do Fashion Mob”.

    fashionmob_02Em fila quase indiana, os participantes do Fashion Mob 2010 marcharam sob sol escaldante ©Agência Fotosite

    Entre os participantes, tinha de tudo _de verdade. Coleções usáveis, lúdicas, com crítica social, pouco-pano, conceituais. No Fashion Mob, todo mundo tem seu espaço.

    Por volta das 15h, a “caravana fashion” saiu do Arouche rumo ao Parque da Luz. Dividida em duas imensas filas indianas, a turba formava um cenário alegórico e arrancava palmas e comentários pelo caminho. Nas mesas de bares, lotadas, os clientes não poupavam palavras, tanto parar elogiar as garotas, quanto para comentar algo da “esquisitice”. Nos ônibus, todos os olhos se voltavam para o acontecimento, enquanto um pastor cercado de 5 ou 6 pessoas profetizava aos gritos: “Jesus irá salvá-los”. A movimentação também teve fã cativo: Um morador de rua que seguiu dançando todo o percurso, desferindo seus comentários: “Mulher minha não usava roupa assim, mais de jeito nenhum!”.

    No Parque da Luz cada estilista aguardava a sua vez de se apresentar ao júri, que contava, entre outras pessoas, com Costanza Pascolato, Lilian Pacce, Lula Rodrigues, André Rodrigues e Luigi Torre, do FFW.

    fashionmob_05Roupas com estampas de jornais e sapatinhos dourados no Fashion Mob 2010 ©Agência Fotosite

    Na hora dos desfiles, 74 participantes passaram pelo coreto, em brevíssima apresentação de coleção, com pouco mais de um minuto: modelos de frente, de costas, obrigado, próximo candidato. Os jurados mal tinham tempo de anotar o número do estilista, quanto mais entender o espírito da coleção. No entanto, o saldo geral, de acordo com os jurados, foi bastante positivo.

    Lula Rodrigues, do jornal “O Globo”, disse que estava muito emocionado, pois o evento mostrava que a moda era de todos. “Tinha todo tipo de gente, tanto criando quanto desfilando. Sem complexos, todo mundo feliz”. A opinião é compartilhada por Eduardo Viveiros, editor sênior do site Chic, que acrescentou que o evento mostra que moda é pra gente de verdade. E que mesmo que tenha muitos trabalhos ruins, há coisas boas _mesmo que poucas.

    A jurada com mais tietes por metro quadrado, Costanza Pascolato, disse que achou o evento bom para sair da zona de conforto com que está acostumada, em se tratando de eventos de moda. “Isso te dá uma noção da realidade, e você vê como a moda é uma das maneiras que a juventude usa pra sair do anonimato”.

    Ao final dos desfiles, era bastante comum o povo, os jornalistas e os jurados não se lembrarem muito bem das coleções, muito menos do nome (ou número dos candidatos). Entre os 74 candidatos, foram poucos, afinal, os que conseguiram sair do anonimato e se fazerem notar. Só aqueles que souberam mesmo aproveitar o espaço. Como o mineiro, André Miyamoto com sua coleção “protesto”, com a qual chamava os homens a vestirem suas roupas, e a terem coragem de se expressar na hora de se vestir.

    fahsionmob_04O vencedor Thiago Schynider ©Agência Fotosite

    Chiara Gadaleta, apresentadora do GNT, também ressaltou que o evento é importante para naturalizar a moda, mas que o que foi visto na Praça da Luz é mais exercício do que roupa propriamente dita. “Isso é uma etapa, acho que precisa haver um desenvolvimento depois, com os melhores. Porque você vê potencial, mas aquilo precisa ser desdobrado.” Não foi por menos que momentos antes da premiação final, Chiara, junto com o consultor criativo, Jackson Araújo, se prontificaram a oferecer _gratuitamente_ workshops de moda para os 3 primeiros colocados.

    Concorrendo a uma vaga para desfilar na próxima edição da Casa de Criadores, o grande vencedor foi o carioca de 24 anos, Thiago Schynider. Com coleção madura, construção detalhada e boa execução, o estilista quis falar da cultura egípcia e de como grandes monumentos eram construídos através da sobreposição de pedras. Vem daí os volumes geométricos de precisão impressionante que roubaram a cena de sua coleção toda preta e bege.

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