Um beijo pra quem acha que moda é fútil. Nós, fashionistas, agora acompanhamos (também) as tendências para as unhas. Nada dos velhos Renda, Paris, o bege clarinho ou aquele “branquinho básico”. Chegue em qualquer salão de beleza (badalado ou não) e você confirma isso (que possivelmente já sabe). E quem pedir conselhos vai ouvir opiniões desde a vizinha de cadeira até o cabeleireiro _protagonista ou assistente.
Os estilistas vêm se associando a marcas de esmaltes; a cada dia aparece mais um apaixonado blog dedicado ao segmento, e no Twitter as cores e marcas coqueluches pipocam. Por sua vez, manicures com bolsas com tons inesperados transformam-se em celebridades dentro de seus locais de trabalho e passam a ser disputadas pelas clientes com perfil “early adopter”. As followers fazem o que se espera delas: seguem.
As famosas que também seguem esse modismo ou inovam também são por isso valorizadas, ganhando mais atenção nas revistas. Entre as grifes, não é exagero dizer que cada desfile da Chanel é mais esperado pelo que vai mostrar nas mãos do que no que cobre o corpo. As unhas como última (?) fronteira do luxury. Quem não tem dinheiro para comprar um perfume grifado ao menos para um vidrinho de sonho colorido tem, vai!!
Ou não?
Para isso existem as marcas que prometem as mesmas cores das marcas importadas e preços compatíveis por aqui com a nossa realidade em reais.
Há lugares que essa febre é mais alta. Achei em Belém do Pará uma verdadeira Sephora de esmaltes. Não resisti. E trouxe mais de 12 itens, seduzida e encantada por matizes nunca vistos. Usei dois deles.
E já que falei na primeira pessoa, vamos a isso. Fã do filme “Cabaret”, fazem parte da minha vida as unhas verdes de (meu alter-ego) Sally Bowles. E sei de cor a fala da cena em que ela finalmente remove o duvidoso esmalte para um encontro com seu pai: “Positively a nun’s hand”, ela admite, mostrando para a câmera de Bob Fosse seus dedos cor de pele.
Há alguns anos eu encasquetei de pintar as unhas de branco bem opaco. Alguém reclamou: “Isso é coisa de garota de programa”. E eu, como sempre, nem aí para a opinião alheia.
Os esmaltes são mais uma fronteira, isso sim, da expressão pessoal e do desafio a estereótipos. Ao contrário dos anos 90, você pode pintar a unha de preto sem ser clubber. E pode usar verde ou branco sem ser tachada de prostituta. E pode misturar cores numa unha só. Pode pintar só um dedo. Pode pintar o pé de uma cor e a mão de outra. Pode deixar estragar. Pode deixar descascar.
Só roer é que não pode. Meeesmoooo. ; – )