A Zara tornou-se uma das protagonistas mais recentes da era digital na moda ao adotar inteligência artificial para gerar imagens de modelos reais vestindo diferentes peças. A estratégia acelera o processo de produção visual e, ao mesmo tempo, reposiciona a fotografia de moda dentro de um cenário cada vez mais tecnológico. Em vez de múltiplas sessões de fotos, a marca consegue apresentar diversas combinações de looks a partir de um mesmo registro. Dessa forma, a Zara consegue otimizar o tempo, diminuir custos e logística.
Esse movimento, no entanto, não surge de forma isolada. Nos últimos meses, grandes players do varejo de moda vêm testando soluções baseadas em IA para agilizar campanhas e conteúdos visuais. A sueca H&M, por exemplo, anunciou o uso de clones digitais de modelos para ações de marketing. Enquanto a plataforma europeia Zalando também incorporou inteligência artificial para criar imagens com mais rapidez. Assim, a Zara reforça uma tendência que já se desenha como parte do futuro do fast-fashion.
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No caso da marca espanhola, pertencente ao grupo Inditex, a IA entra como complemento aos processos tradicionais. A empresa desenvolve as imagens em colaboração direta com as modelos envolvidas, garantindo um certo consentimento prévio e remuneração alinhada às práticas do mercado. Portanto, a tecnologia não substitui completamente as produções físicas, mas amplia as possibilidades de uso.
Além disso, a aplicação prática da inteligência artificial permite que a Zara teste diferentes peças, cores e combinações. E claro, tudo sem a necessidade de novos deslocamentos ou até mesmo montagens de set. Isso torna o processo mais ágil e responsivo às demandas do consumidor digital, que espera novidades constantes e lançamentos cada vez mais rápidos.
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Por outro lado, o avanço da IA na moda levanta debates importantes dentro da indústria criativa. De acordo com a CNN Brasil, especialistas do setor apontam que, apesar de aumentar a eficiência, o uso recorrente dessas ferramentas pode reduzir a frequência de contratações de fotógrafos, modelos e equipes de produção. Esse impacto se estende tanto a profissionais, quanto a novos talentos que buscam espaço.
Ainda assim, marcas como Zara, H&M e Zalando defendem que a inteligência artificial funciona como uma aliada das equipes criativas, e não como uma substituta direta. Por fim, ao automatizar etapas específicas, a tecnologia libera tempo para que diretores criativos, fotógrafos e stylists foquem em conceitos, narrativas e estratégias visuais.