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    Entrevista: Victoire de Castellane
    Entrevista: Victoire de Castellane
    POR Redação

    Quando Victoire de Castellane assumiu o posto de diretora criativa do recém-criado departamento de Joias Finas da Christian Dior, em 1998, causou uma pequena revolução: seu amor por pedras exageradas e suas ideias excêntricas iam contra os conceitos de Haute Joaillerie apreciados então.

    Na foto, a revolucionária designer Victoire de Castellane, atualmente exclusiva da maison Dior ©Dior PR

    Apesar da estranheza inicial, as criações de Victoire acabaram encontrando um nicho de clientes fieis, que se traduziram em bons resultados para LVMH, conglomerado que controla a Dior. Segundo o relatório financeiro oficial, a divisão de relógios e joias lucrou 118 milhões de euros em 2008.

    Descendente de uma aristocrática família francesa, a designer desenvolveu cedo, graças à avó, o gosto por joias. Antes de entrar para a Dior, de Castellane trabalhou durante 15 anos na Chanel, com Karl Lagerfeld, o que ela considera “uma experiência fantástica”.

    Prestes a completar 11 anos no cargo, Victoire concedeu uma entrevista exclusiva ao site SPFW:

    Você disse que “cria joias com o olhar de uma criança”. O que queria ser quando criança? Se lembra da primeira joia que criou?
    Sempre quis ser uma designer de joias, comecei a criar quando era muito jovem. Claro, minha primeira criação foi um momento-chave na minha vida. Estava criando joias para mim mesma desde os 5 anos: minha mãe me ofereceu um bracelete, que eu desmontei para criar meu próprio par de brincos; aos 13, derreti minhas medalhas religiosas para criar um anel gigante.

    Que tipo de joia você faz: um acessório usável ou uma obra de arte?
    Um mix dos dois! Crio joias artísticas que podem ser usadas todos os dias e em todos os momentos.

    Aneis “Oui” (de ouro branco e diamantes) e “Excentrique” (de ouro branco, diamantes, morganite, tsavorite, esmeraldas e coral) ©Dior PR

    Como funciona seu processo criativo?
    Para as coleções de joias finas, tenho a imagem da joia que quero criar na minha mente. Sempre começo com um desenho rápido em um post-it. Depois, explico aos meus desenhistas precisamente o que estou esperando.

    As peças do “Coffret de Victoire” [linha de peças únicas feitas com pedras exóticas, criada em 2003], ao contrário, não me vem à cabeça. Não as imagino. Primeiro me apaixono por uma pedra (uma opala da Austrália, um pedaço de coral da Itália ou uma grande jade da China), imagino uma história em volta dela e isso se torna uma joia.

    Broche da coleção mais recente do “Coffret de Victoire”, feito em ouro amarelo, ouro branco, diamantes, sfiras roxas e rosas, pérola, madrepérola e coral ©Dior PR

    O que te inspira?
    Arte, exposições, filmes, fotos em revistas, natureza, mulheres em geral, contos de fada, o universo infantil: tudo! Coloco todas essas influências no meu “sacudidor mental” e as ideias surgem. Este é sempre o começo de uma coleção.

    Seu trabalho tem uma característica sonhadora, literária. Você tem uma poeta ou escritor favorito?

    Amo contos de fada, filmes de Walt Disney dos anos 1950 aos anos 1970 e os contos de Andersen.

    Como é sua relação com John Galliano?
    Não trabalhamos juntos mas acho que ambos temos a herança de monsieur Dior em mente quando criamos. Amo o senso de extravagância dele, seu ponto de vista maluco sobre moda. É o que temos em comum, porque aprecio as mesmas coisas quando crio minhas joias.

    Você criou joias para “Maria Antonieta”, o biópico de Sofia Coppola. Como foi esta experiência?
    Foi ótima, foram dois dias com todo o staff do filme. Conheci Sofia na Chanel, quando ela estagiou lá [nos anos 1990]. É uma pessoa muito gentil.

    Que peça você deixaria para seus filhos como herança?
    Minhas opalas…

    + www.diorjoaillerie.com

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