A Daslu apresentou na terça-feira (07.02), só para convidados, a sua coleção de Inverno 2012, em um desfile que juntou na fila A rostos conhecidos da sociedade paulistana, blogueiras e imprensa, que foram conhecer o seu novo recém-reformado espaço do 4º andar do Shopping Cidade Jardim, em São Paulo. Com a extinção da tradicional Daslu Villa, a loja Daslu do Shopping Cidade Jardim dobrou de tamanho para continuar a atender os habituais clientes do palacete neoclássico de 4.800 metros quadrados na Vila Olímpia, com áreas reservadas só a mulheres, dividido por cores, tecidos e estilos.
Era comum, nos corredores da antiga Daslu Villa, mulheres de calcinha e sutiã passearem falando ao telefone, de taça de champanhe na mão, jogando as suas peças preferidas (muitas delas importadas) dentro de um carrinho de vime forrado a tecido, empurrado por uma senhora com roupas de governanta. A entrada de homens era totalmente proibida. No shopping é um pouco diferente. “Tivemos que nos adaptar porque agora estamos no shopping então é difícil o homem não entrar. Mas os provadores continuam grandes, onde as mulheres se trocam juntas, então continua aquela coisa de uma querer a roupa da outra”, conta ao FFW Patrícia Cavalcanti, diretora da marca. Os carrinhos de vime e as governantas ainda existem, mas os corredores infindáveis e as roupas importadas não.
O desfile, que contou com a presença de Talytha Pugliesi, Isabella Fiorentino e Marcelia Freesz, apresentou as propostas da marca para o Inverno 2012, que inclusive já estão nas prateleiras. “A coleção está linda, super comercial, com umas estampas étnicas e com uma parte toda inspirada no Japão. Está bem fluida, ampla e bem bacana”, afirmou Patrícia antes da apresentação.
Além das influências étnicas e japonesas com tecidos leves, cores terra e estampas de inspiração asteca e indiana, a coleção também trouxe referências a algumas décadas. Os anos 20 estiveram representados em tailleurs de tweed de tons cinza e marrom com alguns fios dourados que lhes davam modernidade, assim como vestidos curtos de cintura baixa. Já os anos 70 estiveram representados em calças flare, ou “boca de sino” de couro vermelho, preto ou dourado e pantalonas e saias longas estampadas, de cintura baixa, algumas em algodão, combinadas com coletes de pelo e camisas de seda.
O couro foi um dos materiais mais usados, presente não só nas calças flare, como em saias e vestidos cortados em franjas curtas. Os looks mais casuais apostavam também em pelos, cardigans com estampa de inspiração asteca que podiam aparecer tanto em cores contrastantes como o rosa e o laranja como em cores mais neutras como cinza e branco, e em jeans skinny combinados com as confortáveis botas estilo Ugg Boot. A utilização de um blazer colorido (laranja, por exemplo) para apimentar o look está totalmente liberada.
A inspiração japonesa estava clara nas calças de seda e batas com estampas de paisagens japonesas e, especialmente em uma saia branca, plissada, com uma ligeira transparência e com estampa de flores de cerejeira pretas, as flores típicas do Japão. Na categoria “festa” a aposta foi para vestidos longos e leves, a maior parte em seda vermelha. Exceção feita aos dois looks que fecharam o desfile: o primeiro, um vestido longo todo com aplicação de miçangas douradas com algumas pinceladas pretas, e o segundo, todo dourado, também todo de miçangas com franjas também de miçangas na frente.
Após o desfile, a marca presenteou os convidados com um show minimalista de Seu Jorge que continuou noite adentro.