Ser sustentável não é só usar materiais orgânicos e 100% ecológicos. Evitar desperdícios e reaproveitar sobras também é essencial para quem assume a tal postura. E no primeiro dia desse SPFW, a reciclagem fashion apareceu de duas formas bem interessantes.
Primeiro com uma pegada utilitária no desfile sexy de Priscilla Darolt. A estilista que tem toda uma relação com construções elaboradas, foi buscar em elementos esportivos a base de seus vestidos e casacos de formas estruturadas. O que sustenta tais peças não são entre-telas ou tecidos rígidos, mas sim alças de mochilas e tiras de velcro justapostas de forma a ressaltar o desenho do corpo feminino.
Depois, foi a vez da FH. Numa coleção onde caos e liberdade estavam na pauta, Fause Haten brincou de fazer não-estampas. As onças, pied de coqs e florais que abriam o desfile na verdade eram mini bordados de pequenos restos de tecidos encontrados no ateliê do estilista. Assim, criando uma ilusão que lembrava bordados, tweed e uma pele animal estilizada, com minucioso trabalho manual, que agrega imenso valor a peça.
O recurso é algo que a cada dia ganha mais relevância na moda. Em tempos onde atitudes pró-consumo inconsciente perdem força, a reciclagem fashion surge como poderosa arma de combate. Alguns estilistas, por exemplo, tem todo seu trabalho baseado no assunto. O inglês Noki, por exemplo, cria suas coleções inteiramente a partir de materiais, tecidos e roupas que encontra nos mais variados lugares – do lixo ao guarda-roupa de sua casa. A Maison Martin Margiela também tem um ótimo trabalho com reaproveitamento de objetos e roupas usadas. A linha mais sofistcada da marca, a Artisanal by Martin Margiela, é toda composta de roupas recicladas.