No último dia da semana de moda de Nova York, Francisco Costa mostrou a coleção da Calvin Klein Collection, um dos desfiles mais esperados da estação. Como sempre ele manteve sua linha de design minimalista e apostou forte em um trabalho de texturas. Uma delas, a que parecia mais confortável, lembra pelúcia. Uma pelúcia muito fina, claro! Apesar de não ter sido uma de suas melhores apresentações, é sempre um aprendizado olhar as peças criadas por Costa. Além do rigor da silhueta, há sempre uma nova proposta com materiais, que é o ponto forte deste desfile.
Coleção: Poucas cores, entre elas branco, grafite, cinza e camelo, pontuaram a coleção. Ao contrario do que vimos ao longo da semana, os vestidos ganham comprimentos acima do joelho, emu ma silhueta mais jovem. Há boas opções de vestidos sem manga e muitas outras de casacos e jaquetas para vestir por cima. Tudo reto, simples, impecável, com um ou outro exercício de volume.
Opinião: Como disse Suzy Menkes ao FFW, Francisco Costa é um grande representante brasileiro na moda global. E ele continua a desempenhar seu trabalho com foco, inteligência e inovação.
Ralph Lauren olha para o Oriente como inspiração, China especialmente. No casting, muitas modelos orientais. Na trilha, um cover de “China Girl”, de David Bowie. A passarela preta parecia envernizada e as roupas tinham texturas brilhantes e lustrosas.
Coleção: Os básicos da Ralph Lauren, só que agora “envenenados”: por mais clássico que era o look, a textura do material o transformava em algo bastante chamativo. Por clássicos leia-se uma série de camisas brancas, ternos, paletós, jaquetas e calças de lã com a cintura mais elevada. O preto dominou a coleção que era cortado pelos acessórios, entre eles sapatos (vermelhos e verdes) e colares.
Opinião: O excesso de brilho que pontuou a apresentação de uma maneira geral deixou a coleção um pouco over. Vamos lembrar que foi uma coleção inspirada na China… Mesmo assim, deixou a desejar em uma estação em que apareceram experiências com novos materiais e uma nova proposta de shapes. Os mais novos viraram os novos reis.
L.A.M.B.
A cantora Gewn Stefani fez uma apresentação diferente para o desfile de sua grige L.A.M.B. Ela dividou o show em seis partes, cada uma com um estilo específico e trilha e casting próprios. Tudo ia muito bem até que um sapato voou e a modelo foi para o chão. Para a imprensa internacional, imperdoável. Falaram que não adiantava muito o esforço se o produto era mal feito. Ui!
Coleção: As Soldier Girls portam looks militares. As calças tem um shape interessante, entre elas uma versão plissada com estampa army; as Ragga Muffin são divertidas com seus gorros Rastafari e suas roupas com as cores tradicionais do reagge, da bandeira da Jamaica. As London Girls usam roupas inspiradas no guarda-roupa masculino, como paletós, jaquetas de couro e malhas com decote em V. Tudo meio óbvio, como as gravatas para pontuar a questão masculina. As Buffalo Girls são cool, com saiões, panos enrolados e uma silhueta mais relax. Em Mod Girls, a moda é mais gráfica, com estampas de listras e bolinhas. As Glamour Girls são peruas dos anos 70, loiras como Stefani, abusam da sensualidade em vestidos pretos decotados e transparente. Não rolou muito…
Opinião: É um tipo de apresentação que, obviamente, tem que caber dentro da história e da atmosfera da marca. Por sua relação com a música, Gwen tabém não precisa ficar tão presa aos formatos de desfile tradicionais. Parece um pouco sem foco, uma salada de frutas maluca, mas é uma forma de comunicação com as milhares de fãs-consumidoras que Gwen tem espalhadas pelo mundo.