Desde que assumiu o comando criativo da Christian Dior em 2016, Maria Grazia Chiuri vem promovendo uma transformação significativa na maison francesa. Primeira mulher a ocupar esse posto desde a fundação da marca em 1946, Chiuri tem se notabilizado por equilibrar a herança clássica da Dior com uma linguagem atual marcada pelo feminismo e pela inclusão.
Ao longo de sua gestão, Chiuri reinterpretou com sensibilidade os códigos históricos da grife, suavizando a rigidez do emblemático “New Look” criado por Christian Dior e adaptando-o a uma estética mais fluida e contemporânea. Seu trabalho à frente das linhas de prêt-à-porter e alta-costura reflete um cuidado preciso com a construção das peças e uma valorização de aspectos emblemáticos da marca, como a ligação com a dança e o universo esotérico do tarot.
Chiuri também imprimiu sua assinatura em apresentações cênicas que extrapolam o desfile tradicional. Sempre atenta ao contexto cultural das cidades onde apresenta suas coleções, ela tem reforçado a ideia de moda como expressão artística e social. A seguir, revisitamos momentos marcantes de sua passagem pela Dior:
Ano do debut
Em sua primeira coleção para a Dior, Chiuri não hesitou em expor seu posicionamento. Estampou camisetas com frases do ensaio “We Should All Be Feminists”, da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, trazendo o ativismo para o centro da passarela.
Transparência em alta
Durante uma festa da Dior Beauty em Nova York, em 2016, Bella Hadid usou um vestido transparente da coleção de estreia da estilista.

Lançamento da Dior Book Tote
A temporada Primavera 2018 marcou a introdução do Dior Book Tote, bolsa que rapidamente se tornou objeto de desejo e símbolo da era Chiuri na marca.
Ruth Bell: A Musa Moderna
A modelo britânica Ruth Bell, reconhecida pelo visual andrógino e o cabelo raspado, tornou-se presença constante nos desfiles e campanhas, refletindo o ideal de beleza plural promovido pela diretora criativa.

Diálogo com o Marrocos
Na coleção Resort 2020, apresentada no Marrocos, Chiuri incorporou estampas tradicionais em cera típicas da região, ressaltando o compromisso da Dior com o diálogo intercultural.
Tarot e alta-Costura
Inspirada pelo misticismo do tarot, a coleção de alta-costura Primavera 2021 trouxe silhuetas com ares renascentistas e referências simbólicas. Consolidou assim o vínculo entre moda e espiritualidade.

México e bordados de resistência
Na coleção Resort 2024, apresentada na Cidade do México, Chiuri encerrou o desfile com vestidos brancos bordados com mensagens feministas em vermelho.. No entanto, foram criados em parceria com a artista Elina Chauvet e um coletivo local de bordadeiras.
Clássico reinventado
Mais recentemente, a diretora criativa trouxe de volta a icônica camiseta “J’Adore Dior” na coleção de outono 2025, reafirmando sua habilidade de resgatar e atualizar ícones da marca para novas gerações.
