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    FFW entrevista Cecile Coulot, gerente de acessórios femininos da Lanvin
    FFW entrevista Cecile Coulot, gerente de acessórios femininos da Lanvin
    POR Redação

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    ©Juliana Knobel

    Começa nesta terça-feira (04.10) a quinta edição do Pense Moda, que vai até o dia 6 de outubro no MuBE – Museu Brasileiro da Escultura, em São Paulo. Quem abre esta edição comemorativa do evento é a  gerente de acessórios femininos da Lanvin, Cecile Coulot, que recebeu o FFW no terraço do hotel Unique, em São Paulo, e falou – toda animada – sobre como é trabalhar com Alber Elbaz, das primeiras impressões do Brasil e o que preparou para contar em sua palestra.

    Como você chegou ao cargo de gerente de acessórios femininos da Lanvin?

    Eu fui contratada pela Lanvin há uns dois anos e meio para cuidar dos produtos de couro, que nessa época não eram tão bons na Lanvin, e eu cuidava das bolsas, dos pequenos artigos de couro, tudo nesse segmento. Eu fiquei lá por um ano e depois me tornei a gerente de acessórios femininos.

    Foi rápido, não? Você parece ser tão jovem para ter um cargo tão importante.

    A Lanvin não é uma grande empresa de moda, como a Chanel… Acho que somos 300 pessoas no total trabalhando para a marca. Minha equipe é pequena, somos sete pessoas. A Lanvin é muito popular e aparece muito na mídia e isso faz as pessoas pensarem que é uma marca muito grande. Mas comparada com a Louis Vuitton, Hermès, essas marcas, somos muito pequenos, mas estamos crescendo muito rápido. Os negócios estão crescendo cerca de 200% por ano. É enorme.

    Como é o processo criativo para fazer os produtos da Lanvin?

    Eu sou responsável pelo time de desenvolvimento e a ligação com o senhor Alber Elbaz e a equipe de criação. Nós sempre começamos com uma reunião grande com o senhor Elbaz e começamos a conversar sobre o que queremos para a estação, conversamos sobre a vida… Porque eu acho que a força da marca está em uma mulher diferente, que gosta de conforto e liberdade nas roupas e acessórios. Estamos o tempo todo começando do ponto “o que você quer usar?”. É engraçado porque todo mundo, do assistente ao gerente, todos podem falar “o sapato que eu quero essa estação é de salto médio, algo simples” ou dizer “para mim os sapatos dessa estação são de salto alto, cheios de brilho”. Todo mundo pode dizer o que está pensando no momento, esta é a primeira parte do processo. Depois, fazemos muita pesquisa e fazemos uma nova reunião para precisar o que vamos fazer nos acessórios. Os materiais também têm uma importância muito grande no processo criativo. Escolhemos com muito cuidado porque na Lanvin o foco é a maciez, o contraste entre materiais; usamos também muitos tecidos, mesmo nos acessórios, então é muito importante. Alber é alguém que ama materiais. Fazemos muitas transformações nos materiais, então é uma grande parte da pesquisa.

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    ©Juliana Knobel

    Então os materiais são um ponto muito importante para a criação dos acessórios. Como funciona esta pesquisa e busca pelos mais apropriados para a marca?

    São dois passos, o primeiro é pesquisar o material e depois disso, o segundo passo que é a transformação do material. É muito importante porque se você pega o couro e deixa ele acolchoado, ou se o deixa em um formato muito macio, ou muito duro, ele se torna outra coisa. Esse é o foco. É pegar um material e dizer “ok, como eu posso colocar o DNA da Lanvin nesse material, como colocá-lo no mundo da Lanvin?”.

    Aqui no Brasil tivemos uma grande discussão sobre direitos dos animais, com o caso de uma marca de acessórios fazendo casacos de pele e sapatos e bolsas com couros exóticos. Como é isso na Lanvin, vocês costumam ter essa preocupação?

    Sim, nós temos essa preocupação. O couro vem da indústria alimentícia, todas as peles são da indústria alimentícia. É muito importante. Os únicos animais que usamos somente a pele são os de couro exótico como crocodilo e píton. Eles vêm de uma fazenda de criação, eles são muito controlados. A legislação é muito dura com relação a isso. O nosso foco nos acessórios são os de couro, por causa da tradição, da técnica. O foco é couro. Eu sempre trabalho com couro porque é parte do meu trabalho. Mas temos muito essa preocupação de usar couro vindo da indústria alimentícia e não usar a pele pela pele.

    Como é a sua rotina de trabalho, como é trabalhar com Alber Elbaz?

    Nunca há uma rotina na Lanvin [risos]. Todo dia é diferente e o senhor Elbaz é muito legal. É um prazer trabalhar com ele, porque ele é muito doce, é como se ele tentasse criar uma pequena família, temos confiança, uma coisa muito especial. É o que eu amo nesse trabalho, eu posso me entregar 100% porque vejo que é para alguém especial, para um projeto especial.

    Você falou que a mulher que usa Lanvin gosta de conforto e liberdade. Como você tenta aplicar isso em um acessório? Vocês pensam nessa mulher na hora de criar as peças?

    Acho que ser uma mulher hoje em dia é muito difícil. Porque você tem que ser bonita, ter um trabalho, criar filhos. Eu não tenho filhos mas consigo imaginar como é difícil dividir sua vida em tantas funções. Ser bonita, manter-se jovem, ser poderosa e frágil ao mesmo tempo. É difícil ser uma mulher agora. O que tentamos fazer na Lanvin é dar algo para ajudar a mulher. Dá para ser sexy e confortável ao mesmo tempo. Quando desenvolvemos um projeto, por exemplo uma bolsa, pensamos sempre sobre a utilidade dela. Não adianta ter uma bolsa linda, mas que não dá para colocar nada dentro. Não é prático, você não se sente confiante, uma bolsa que você não sabe como usar. Em Paris eu sempre vou trabalhar de bicicleta, então eu preciso de algo prático. Essa bolsa, por exemplo, é muito chique, mas além disso, ela tem esse mecanismo na alça que eu consigo deixar longa e colocar cruzando o corpo, o que me deixa livre para andar de bicicleta. É o tipo de coisa que pensamos na hora de criar os projetos. Os sapatos também. Quando fazemos uma coleção, uma parte é de salto alto, saltos médios, as flats e até tênis. Todos esses sapatos podem ser para a mesma mulher, mas não ao mesmo tempo.

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    ©Juliana Knobel

    Você tem um acessório favorito?

    Eu amo sapatilhas. Uso muito. Elas são muito confortáveis e fáceis de combinar. Você pode usar com jeans, com um vestido bonito. Também amo bolsas, especialmente as da Lanvin [risos].

    Você usa muitos acessórios?

    Bolsas, sapatos e tênis sim. Mas não uso joias todos os dias. Mas gosto de usar às vezes, mesmo durante o dia, porque é algo especial.

    O que você acha da relação entre as mulheres modernas e os acessórios?

    Eu acho que os acessórios são muito novos. Antes era tudo sobre a roupa, agora, você pode estar vestida de forma bem casual, com jeans, mas se estiver com os sapatos certos, a bolsa certa, você está bem vestida. Os acessórios são algo muito forte agora. Eles definitivamente têm o poder de mudar um look. Se você está usando um sapato de salto, por exemplo, você pode se sentir mais confiante, mais sexy, pode mudar o jeito que você anda, que você age; mudar a forma como as pessoas olham para você.

    O que a gente pode esperar da sua participação no Pense Moda?

    Vou falar sobre a Lanvin, sobre a empresa, explicar o mundo da Lanvin. Vou falar sobre os negócios, vou falar sobre meu trabalho e focar um pouco no último desfile que fizemos, que foi na última sexta-feira (30.09). Falar da tradição da marca e do luxo; que não é luxo só porque é caro, mas porque demora para que o projeto seja desenvolvido, é tudo sobre identidade. Tudo é feito de forma especial pela Lanvin, não é padrão. Quero compartilhar esses processos.

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    Detalhes da coleção Verão 2012 da Lanvin ©ImaxTREE

    É a primeira vez que você vem ao Brasil? O que você tem achado daqui?

    Estou muito contente, acho que é muito legal. Acabei de conhecer a marca Melissa, sabe, dos sapatos? E achei tudo tão legal. Quero ver mais do Brasil. Estou aqui até o fim da semana e tenho amigos aqui e quero conhecer melhor.

    Que conselho você daria para quem quer trabalhar em uma grande marca como a Lanvin?

    É uma mistura de se manter autêntico e humilde. Porque no fim, há muito trabalho por trás de uma coleção. Eu sempre falo para a minha equipe que a gente não está fazendo uma coisa séria, mas estamos encarando de forma séria as coisas que estamos fazendo. No fim, estamos fazendo apenas bolsas e sapatos, não estou mudando o mundo. Mas estou fazendo o meu trabalho.

    É difícil lidar com esse glamour que cerca a indústria da moda?

    Não sei. Não sinto que estou dentro da indústria da moda. Sinto que estou trabalhando em uma empresa, para um homem, Alber. Eu sei que estou no negócio da moda, mas me sinto mais dentro de uma empresa e de um espírito do que no mundo da moda.

    Vai abrir uma loja no Brasil no ano que vem, como vocês veem isso na marca?

    Estou muito feliz. Tenho certeza que as mulheres e homens brasileiros vão gostar de conhecer o mundo da Lanvin. Estou muito feliz com isso.

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    ©Juliana Knobel

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