Em uma casa no Morumbi, a francesa Naema Saidani recebeu amigos e imprensa para o desfile de lançamento do “My French Dressing”, um e-commerce que só entrega no Brasil e vende apenas marcas francesas. Mas não espere encontrar Chanel e Lanvin no site. A ideia de Naema é trazer para a consumidora brasileira marcas que só as parisienses conhecem. _os preços são todos em reais, com taxa de envio e importação já inclusos.
“A ideia surgiu um ano atrás, quando vim ao Brasil pela primeira vez (em fevereiro), e percebi que não havia marcas francesas aqui e se vocês quisessem comprá-las, teriam que ir para Paris, comprar em viagens”, contou Naema ao FFW. A escolha pela plataforma online é bastante óbvia: Naema não mora no Brasil e queria que pessoas do país inteiro tivessem acesso aos produtos, e não apenas quem mora no Rio de Janeiro ou São Paulo.
Ela ainda explicou que escolheu o Brasil porque se apaixonou pelo país e pelas pessoas, além de ser uma economia em expansão. “Eu poderia, mesmo, fazer isso na China, claro, mas escolhi o Brasil porque gostei muito daqui”.
O site não é nada parecido com os grandes Net-a-Porter ou Farfetch, já que conta com poucas e selecionadas marcas de Paris, como Heimstone, Le Mont Saint Michel, Madame à Paris, Simone Sauvage e Paul & Joe e tem serviço de personal shopper, onde a cliente envia um email pedindo sugestões do que usar e do que comprar (especificando tamanho, ocasião, preferências, etc), e é prontamente atendida pela equipe de Naema. Além disso, o lookbook é todo feito com fotos de Naema, que ainda monta sugestões de looks para os sete dias da semana. Ah, e detalhe, se você comprar a sugestão completa, você ganha 10% de desconto.
Naema não quer que o “My French Dressing” seja mais um site de e-commerce, e quer fazer dele uma comunidade de moda, onde você tem sua “melhor amiga francesa” te contando das fresquíssimas marcas de Paris pra se apaixonar, encontra ajuda para se vestir, descobre coisas sobre o estilo de vida da Cidade Luz, e se você se tornar um membro fiel, ganhe presentinhos do site, como convites para a Semana de Moda de Paris ou consultoria em lojas, acompanhado da francesinha.
Mas você deve estar se perguntando “Essas marcas são pouco conhecidas, como farão sucesso no Brasil?”. Naema é confiante. Diz que acredita na sua força, no apelo das marcas, e na ideia do “você deveria conhecer isso!”. “Quero oferecer marcas parisienses novas, aquilo que as parisienses estão usando. Se você quer Chanel, você vai a Daslu e compra, mas quero mostrar essas marcas que vocês não encontrariam facilmente”. Para tanto, pretende fazer vários eventos e coquetéis, para divulgar o “My French Dressing”.
“Espero que seja um sucesso enorme!”, finalizou Naema.
Confira abaixo a conversa que o Portal FFW teve com Naema.
Quais lugares você já conhece no Brasil?
Rio de Janeiro, São Paulo, Búzios, Salvador, Boipeva, Ouro Preto e Tiradentes, um dos meus lugares favoritos no Brasil.
O que você acha da maneira de se vestir dos brasileiros?
Gosto que vocês prestam atenção no corpo para se vestir, e que vocês escolhem pequenos detalhes que fazem a diferença, que seja super você e só você. Gosto muito disso.
O que te chama mais atenção no Brasil? E o que você mais gosta aqui?
A gentileza das pessoas, sabe? O que eu mais gosto é a cultura e a música, que a Helena (assessora) inclusive ia me passar uma lista de nomes para comprar, porque gostei mesmo! Gosto de como um país são muitos, porque cada lugar tem uma cultura e é diferente do outro. Como Rio de Janeiro e São Paulo, que são opostos. Gosto disso!
O que você conhece da moda brasileira?
Eu gosto de Carina Duek, Schutz, Havaianas _que pra vocês é comum, mas eu acho super legal!_, Le Lis Blanc, Jô de Mer…
Prentende vender moda brasileira no site?
Mais para frente, talvez! Acho que seria muito interessante vender marcas brasileiras na França, como biquínis por exemplo. Na França não temos modelos bonitos, e eu acho que os biquinis daqui fariam muito sucesso lá!
Como foi sua trajetória profissional?
Fiz especialização em Marketing de Moda, Luxo, e já passei pela Balmain, Chloé, Chanel, Givenchy e no Le Bon Marché, da Rive Gauche.
Qual experiência profissional mais te marcou?
Minhas melhores experiências foram na Chanel e na Chloé. Na Chanel eu aprendi a focar, a trabalhar de maneira rigorosa, tive ótimas lições de marketing. Você trabalha muito, mas por coisas que valem a pena.
Além de Paris, qual o melhor lugar para se consumir moda?
New York, Londres e Tóquio, claro. Especialmente Tóquio!
Seu nome é diferente! Qual a origem dele?
Vem de um perfume da Guerlain, lançado no ano que nasci, chamado Nahema. Minha mãe gostou muito do nome e me deu, mas tirou o H!
Como foi sua infância?
Cresci com minha família, meu irmão e irmã, no sul da França, e só me mudei pra Paris aos 18 anos. Tive uma ótima infância, sou sortuda.
E música, o que você mais gosta?
Gosto muito de Black music, Soul, funk, samba, eu gosto muito de samba! Mas gosto de música francesa também, e música clássica, porque fiz ballet, então escuto quando quero relaxar.
Quais seus produtos de beleza indispensáveis?
Pra mim é bastante simples, porque eu uso pouca coisa, apenas máscara e blush.
Se eu fosse passar 1 dia em Paris, o que você diria para eu fazer?
Fazer uma caminhada pelo Sena, porque é muito bonito, depois dar um passeio pela rue du Faubourg Saint-Honoré, almoçar em um restaurante que existe dentro da Colette. Depois à noite tomar um drink no bar do Ritz (eu amo o Ritz!) e terminar a noite no Chez Raspoutine, um dos meuslugares favoritos em Paris.
Último filme que viu e último livro que leu?
Faz tempo que eu não vou ao cinema, mas eu quero muito assistir “Cisne Negro”, porque eu fui bailarina, e eu gosto muito desse universo. E tem esse livro que eu gosto muito “Histoire Française”, de Frederic Beigbeder. Mas o meu livro preferido é “O Alquimista”, do Paulo Coelho. (Helena, assessora da Naema, comenta que no Brasil as pessoas costumam ter preconceito com o autor, e que o resto do mundo o adora, e Naema afima: Sim, eu amo esse livro, é realmente bom!)
O que eu deveria saber sobre você?
Que eu gosto muito de pessoas, amo minha família, e que amo tomar coquetéis no Astor, no Rio de Janeiro, e no Tatou, aqui em São Paulo!
Seu ideal de felicidade?
Ter saúde, ficar com meus amigos e tomar vinho tinto.
Se não fosse você, quem você gostaria de ser?
Coco Chanel!
Herói favorito?
Não gosto muito de heróis de ficção, mas na vida real, meu pai.
O que você gosta de fazer, quando tem tempo livre?
Gosto de dançar. Sou uma bailarina, então…
Sua comida favorita? E bebida?
Comida italiana! Aliás, qualquer coisa com queijo, amo queijo, é maravilhoso. Pra beber, vinho tinto, e se for coquetel, Cosmopolitan.
O que você mais odeia?
Pessoas hipócritas. Eu gosto de preto ou branco, não cinza.