Desde sua estreia, “Emily in Paris” consolidou-se como um fenômeno que vai além do enredo leve e das paisagens europeias. A produção da Netflix se tornou popular por um conjunto de elementos essenciais: a atuação carismática de Lily Collins como Emily Cooper, a presença imponente de Philippine Leroy-Beaulieu no papel da enigmática Sylvie, o talento musical de Ashley Park como Mindy e, sobretudo, um figurino que transforma a moda em linguagem narrativa.
Nas primeiras temporadas, o estilo de Emily chamou atenção por sua ousadia quase caricata. Boinas chamativas, estampas conflitantes, referências explícitas ao imaginário parisiense e uma estética que misturava romantismo clássico com exagero. Com a mudança da personagem para a Itália na quinta temporada, no entanto, o visual também passou por uma transformação significativa.
Agora mais estabelecida em seu novo lar, Emily surge com escolhas que mantêm sua identidade vibrante, mas incorporam mais equilíbrio, estrutura e sofisticação. A responsável por essa transição é a figurinista francesa Marylin Fitoussi, indicada duas vezes ao Emmy e à frente do figurino da série desde o início.

Segundo a designer revelou à Vogue US, a nova fase da protagonista exigia uma leitura mais elevada de seu estilo. O guarda-roupa passa a incluir mais conjuntos de alfaiataria, macacões, calças e shorts bem cortados. Além de lenços amarrados ao pescoço e uma presença maior de sapatos baixos, refletindo uma Emily mais centrada e confiante. O novo corte de cabelo, um bob moderno e elegante, também contribuiu para redefinir as proporções e a silhueta dos looks.

Inspirações dos visuais
A inspiração italiana aparece não apenas nas marcas escolhidas, mas na atmosfera geral das produções. Há uma forte influência do cinema clássico dos anos 1950 e 1960, com referências a ícones como Sophia Loren, Claudia Cardinale e Anna Magnani. Silhuetas femininas, saias volumosas, vestidos estruturados e o uso frequente de poás ajudam a construir esse imaginário romântico e cinematográfico.
A cor vermelha ganha destaque como símbolo de paixão, força e liberdade, traduzindo a fase emocional vivida pela personagem. Essa agora passa a priorizar escolhas pessoais em vez de apenas profissionais.

Apesar de menos evidentes, referências a Audrey Hepburn continuam presentes, agora de forma mais sutil, em looks minimalistas que apostam na simplicidade como ferramenta de impacto, ainda segundo a stylist da produção. Essa abordagem revela uma Emily mais madura, que aprende, inclusive com Sylvie, que menos pode ser mais.
Grifes e mais grifes
Outros personagens também se destacam visualmente nesta temporada. Sylvie surge ainda mais ousada em Roma, com peças que exploram sensualidade e materiais marcantes, enquanto Mindy mantém sua identidade vibrante com vestidos coloridos e propostas inesperadas.

Novas figuras, como a excêntrica Princesa Jane, interpretada por Minnie Driver, adicionam camadas dramáticas e divertidas ao universo fashion da série.
Todos os personagens, claro, abusam de grifes, como Dolce & Gabbana, Celia B, Alberta Ferretti, Fendi, Moschino, e muitas outras. Desta forma, Emily in Paris reafirma que o figurino não é apenas complemento estético, mas parte fundamental da narrativa. A série já está disponível na Netflix.