A Valentino acaba de passar por uma mudança importante: Jacopo Venturini deixou o cargo de CEO após quatro anos à frente da maison. Dessa forma, a saída, segundo comunicado oficial, foi de comum acordo e motivada por uma pausa pessoal do executivo.
A movimentação acontece em um momento de transformação para a grife italiana. Em março de 2024, Alessandro Michele, ex-diretor criativo da Gucci, assumiu o comando criativo da Valentino. Além disso, a primeira coleção assinada por ele será apresentada em Paris, em outubro de 2026 — e, segundo a marca, a confiança no designer é total.
Por enquanto, a Valentino ainda não anunciou quem vai ocupar o lugar de Venturini. A expectativa é que o nome seja revelado nos próximos meses. Conhecido por seu olhar estratégico e por valorizar o DNA da marca, Venturini já havia trabalhado na maison em outros momentos antes de assumir o cargo de CEO em 2020.
De acordo com o portal WWD, durante sua gestão, ele reposicionou a Valentino como uma maison de alta-costura, encerrando a linha Red Valentino e apostando na expansão do varejo em mercados como a China. Também foi responsável pelo projeto Re-Signify, que resgatou os códigos históricos da marca com exposições em Xangai e Pequim.
Cenário desafiador
Apesar dos esforços, os últimos números da marca não foram tão animadores. Em 2024, as vendas caíram 3%, totalizando 1,31 bilhão de euros. Já os lucros operacionais recuaram 22%, impactados por custos extraordinários.
Entretanto, esse cenário acontece em meio à entrada da Kering, que comprou 30% da Valentino em 2023, por 1,7 bilhão de euros. O grupo francês — dono de labels como Balenciaga, Saint Laurent e Gucci — tem a opção de assumir o controle total da marca até 2028.
Com Luca de Meo chegando à presidência da Kering em setembro, o mercado de luxo segue atento. Há rumores de que Francesca Bellettini, atual vice-CEO da Kering, possa estar cotada para liderar uma nova fase da Valentino — embora outros nomes também estejam sendo especulados, como para a direção da Prada e Ferragamo.