Para comemorar seus 35 anos de carreira em 2011, Jean Paul Gaultier ganhou de presente a retrospectiva “The Fashion World of Jean Paul Gaultier: From the Sidewalk to the Catwalk”, no Museu de Belas Artes, em Montreal, no Canadá. A exposição abre em 17 de junho de 2011 e vai até 2 de outubro. De lá, viaja para Dallas e São Francisco, nos EUA.
São cerca de 120 itens entre roupas de alta-costura, croquis, fotografias e clipes, divididos em 5 temas: Paris, Fusions, Multi-Gender, Eurotrash/X-rated e Metropolis. Um livro de 424 páginas, que conta com entrevistas de Catherine Deneuve, Pierre Cardin, Dita Von Teese e Martin Margiela _ que é ex-assistente de Gaultier_ será lançado junto com a expo.
Para Nathalie Bondil, diretora e curadora do museu, o que a atraiu a Gaultier foi “sua visão ampla da sociedade, um mundo maluco, sensível, engraçado e atrevido no qual todo mundo pode afirmar sua identidade”. Em reportagem antiga da “Interview”, Gaultier ecoa essa síntese: “Nunca liguei muito para qual era o ideal de moda. Há tipos diferentes de beleza e sempre tento mostrar isso.”
JPG nasceu em 1952, num subúrbio de Paris, e aos 13 anos criou sua primeira coleção, para sua mãe e sua avó. Prodígio, aos 17 enviou seus croquis para Pierre Cardin _então nome expoente da moda “spage age”_ que o contratou como estilista assistente. O francês se apresentou oficialmente em 1976, e só entrou no calendário de alta-costura 21 anos depois _mas começou polemizando ao apresentar homens na passarela. “Acredito na igualdade dos sexos”, respondeu na época.
Seu gosto pelo excêntrico é provavelmente resquício da inspiração juvenil em grandes nomes do futurismo dos anos 1960. Mas seu estilo, que mistura alfaiataria, vanguardismo e pura extravagância é inimitável.
Gaultier é um dos criadores de moda mais famosos fora da indústria, não só por seus perfumes, bestsellers que sustentam o império, ou pelas blusas tatuadas, ou pelas onipresentes malhas de listras, mas também por sua presença na cultura pop. O sutiã de cone, popularizado por Madonna em sua fase mais provocativa nos anos 1990, o fantasioso figurino do filme “O Quinto Elemento”, de Luc Besson, e alguns figurinos de Dita von Teese, por exemplo, são de sua autoria.