“Werk It” é um reality show cheio de inclusão, pluralidade e, claro, muita moda. É um espaço onde todos os estilos e identidade são aceitos, causando discussões importantes e relevantes para o cenário fashion. A competição une cabelo, maquiagem e styling, evidenciando novos nomes da indústria.
A dinâmica do reality se baseia em trios, as chamadas “Houses”, que se enfrentam em desafios semanais. Cada grupo precisa combinar técnica, sensibilidade artística e trabalho em equipe para cumprir provas criativas de transformação visual.
Com o objetivo de revelar o melhor Image Maker do Brasil, explorar as diferenças e contar histórias reais, a temporada é apresentada por Gianne Albertoni e Maxi Weber, duas grandes referências no mundo da moda. O programa conta com diversos convidados especiais, que trarão propostas diferentes para cada desafio, fazendo com que os trios explorem a criatividade e superem as expectativas, e a House que não atingir a expectativa do desafio, irá sair do programa.
Entretanto, ao final, somente uma house sobreviverá e os integrantes irão competir entre si.
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Intenção e construção do backstage
A FFW conversou com exclusividade com André Nunes, diretor do reality e um dos sócios da produtora Monster Movie n’ Mgmt. Segundo ele, o programa nasceu da necessidade de amplificar o conceito de “imagem perfeita” e dar protagonismo a profissionais que historicamente ocupam o backstage.
“Werk It nasceu com o objetivo de colocar hairstylists, maquiadores e stylists no centro da narrativa. Mais do que uma competição, é uma plataforma de afirmação. Cada detalhe do programa foi pensado para celebrar esses profissionais e o que eles representam para a moda mundial”, afirma.
Inspirações da produção
“Werk It” carrega referências de produções internacionais como “Glow Up”, “Face Off”, “The Cut”, “Next in Fashion” e “Legendary”. No entanto, Nunes destaca que a proposta foi construir algo com identidade brasileira. “Nos inspiramos na cultura Ballroom, na estrutura das Houses e na força estética de movimentos como o ‘Pose’. Mas tudo com um olhar muito nosso, a partir das nossas urgências e referências”, conta.
A influência da Ballroom culture não está apenas no formato, mas também na atitude, no vocabulário e na valorização das individualidades. “É uma estética de resistência, pertencimento e orgulho. ‘Werk It’ bebe dessa fonte porque reconhece sua importância histórica e cultural”, completa.
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Mudança e legado
Ao dar visibilidade a profissionais LGBTQIAPN+, pretos, periféricos e de diversas regiões do Brasil, “Werk It” se propõe a romper bolhas e desafiar estruturas consolidadas na indústria da moda.
“Queremos que o programa provoque uma reflexão sobre como se constrói a moda no Brasil. Que ele inspire mudanças estruturais, valorize talentos invisibilizados e mostre que a criação de imagem acontece onde houver verdade e expressão”, defende Nunes.
Por fim, ele ainda destaca que o reality é também uma resposta ao modo como o mercado vem tratando questões de inclusão: “Não basta dizer que se importa com diversidade. É preciso estruturar os bastidores com essa consciência. Werk It foi feito por e para pessoas plurais”.
*Essa matéria foi escrita por Ana Lívia Oliveira, sob supervisão de Isabelly de Lima.