FFW
RECEBA NOSSO CONTEÚDO DIRETO NO SEU EMAIL

    Não, obrigado
    Aceitando você concorda com os termos de uso e nossa política de privacidade
    Entrevista
    Entrevista
    POR Camila Yahn

    Rony Meisler, “Sorridente” do grupo Reserva ©Reprodução

    Um dos nomes por trás da grife carioca Reserva é Rony Meisler, 30 anos, sócio-fundador e agora presidente. Rony começou a marca em 2004, juntamente com o seu amigo de infância Fernando Sigal, quando se cansou do estereótipo “estampado” carioca. “O estereótipo carioca é de estampas, e a Reserva é uma marca democrática. É um estado de espírito”, conta ao FFW. Desenvolveram um modelo de bermuda chamado “Be yourself but not always the same” (seja você mesmo, mas nem sempre igual), além de algumas t-shirts, e venderam todas as peças entre amigos. Em 2006, ano em que a marca abriu a sua primeira loja própria, Diogo Mariani juntou-se à empresa.

    Recentemente, Rony deixou o seu cargo inicial de diretor criativo e comercial, que agora pertence a Evans Queiroz, para assumir a presidência do que hoje é um grupo sólido, com cinco marcas, “operadas por pessoas que gostam das coisas tanto quanto eu”, diz. São 26 lojas espalhadas pelo país e presença em mais de 1000 multimarcas. Este ano, a Reserva vai lançar também a sua loja online.

    Rony conversou com o FFW sobre a sua visão de moda, a mensagem da Reserva e o último e polêmico desfile durante o Fashion Rio Verão 2013, que juntou todas as linhas do grupo em clima de celebração.

    Desfile da Reserva durante o Fashion Rio Verão 2013 ©Reprodução

    Como define a Reserva?

    O estereótipo carioca é de estampas, e a Reserva é uma marca democrática. É mais um estado de espírito de muita irreverência. Eu digo que usamos o anti-marketing como marketing. E é engraçado, porque quando você começa a empreender, inventam que você é louco, romântico e maluco e daí quando dá certo, te chamam de gênio visionário. Quando as pessoas abrem um negócio para dar dinheiro, nunca funciona. Dá certo quando você é apaixonado pelo que faz. Para mim, moda não é roupa, é um canal de comunicação e o meu objetivo é usar a roupa como mídia para uma mensagem que eu quero transmitir com um conteúdo.

    Que mensagem?

    Sátira, irreverência e vanguarda. Quanto mais profundo o conteúdo, melhor é a roupa. E a Reserva é mais uma marca de comunicação do que de roupa. A Reserva hoje é um grupo enorme. Tem a Reserva que é uma marca mais casual; a Reserva Mini que vai dos dois aos 12 anos; a Eva que é a marca feminina lançada em 2011; a Reserva E, que dentro da marca principal, é uma linha de workwear mais descolada; e a Huck, que temos em sociedade com o Luciano Huck, dirigida para o público B e C, que só vende pelo Facebook. Na Huck, lançamos uma “camiseta do bem”, que sempre apoia uma causa social por semana e fica à venda por R$ 59. Vendemos cerca de 12 mil camisetas por mês. E em março de 2013 vamos lançar a Reserva Baby, uma linha que vai até aos 18 meses.

    Vocês têm uma atividade nas mídias sociais, principalmente no Facebook, muito forte.

    Há dois anos a gente enxergou nas mídias sociais um contato muito forte, de troca. O Facebook para mim é como se fosse uma revista eletrônica. No início, a turma do Marketing me questionou se não iam entrar pessoas que não eram clientes da Reserva. Mas e dai? Fomos crescendo e hoje temos quase 600 mil seguidores. Para uma marca de comunicação é muito bom.

    Como desenvolvem sua estratégia de comunicação?

    Desenvolvemos tudo internamente. Se nós queremos ser e nos posicionarmos como uma marca de comunicação e de pessoas, não dá para terceirizar o centro do nosso negócio.

    Lookbook da Reserva Inverno 2012 ©Reprodução

    Muita gente falou que o último desfile não era adequado a uma semana de moda, porque a roupa era muito básica. Como recebe essas críticas?

    O mercado de moda no Brasil é quase bipolar. Ou você tem uma marca aspiracional e é avesso à comercialização, ou você é super comercial, não tem inovação dentro de casa. Quando eu fundei a marca eu era diretor criativo e comercial. Ao mesmo tempo que estava engajado com a veia criativa, materializando sonhos, sempre soube que precisava vender. Há dois anos começamos a crescer muito e criamos um conselho executivo. O objetivo era eu ter um CEO como meu treinador, para assumir mais tarde. Daí passei o bastão ao Evans Queiroz, que agora é diretor criativo e responsável pelo último desfile. Quando você toma uma decisão de ser uma marca de comunicação a unanimidade é impossível. A Reserva é a minha vida. E eu sempre falo para a minha equipe se perguntar: Estamos pensando em não fazer porque temos medo daquilo que as pessoas vão dizer ou é por nós mesmos?

    E tem outra coisa, semana de moda no Brasil é uma mentira! Aquele produto que desfila na passarela não vende na loja, porque o consumidor brasileiro é básico. O que a Reserva propõe é responder a isso e apresentar vanguarda no básico. Esta passarela foi muito importante, foi uma ruptura. O conceito do desfile era “Família é o novo cool” e foi muito entretenimento e eu acho que nós montamos um puta show. A nossa roupa não é aspiracional e nem pretende ser. Não preciso mentir nem falar que é.

    Campanha da linha de moda praia da Eva com a modelo Alícia Kuczman ©Reprodução

    E a Eva, a marca feminina, como surgiu?

    Eu sempre falei que nunca ia fazer feminino. Eu não entendo nada do universo feminino! Para mim, a minha mulher é o meu universo feminino! (risos) Eu falei: “Eu só vou fazer se encontrar a maluca que goste tanto disso como eu”. Uns tempos depois, eu e o Fernando [Sigal – sócio da marca] cruzamos com uma amiga, a Priscila Barcelos, que tinha uma marca chamada Giullieta, com um produto super legal. A gente se juntou, tomou um café e ela confessou que não estava conseguindo vender muito bem e a gente a convidou para tocar nossa marca feminina. Em 2011, a Eva surgiu para ser a “namorada” do homem Reserva.

    E vão lançar uma linha plus size, a 3G, certo?

    Sim. Eu tenho uma completa aversão ao status quo. Eu sou engenheiro de produção de formação e quando entrei no mercado, achei que havia muito preconceito. A passarela é branca e as modelos têm cara de nórdicas. E eu já ouvi coisas tão absurdas! As marcas fazem GG pequeno porque não querem que o gordinho use a marca, então como você pode ver, é um mercado muito preconceituoso. A linha 3G é para gordinho mesmo, eu não ligo para o que o mercado diz.

    Não deixe de ver
    Giovanna Lancellotti elege vestido de noiva de Vivienne Westwood para o ‘grande sim’
    Dolce & Gabbana revela nova coleção masculina com foco nas multifaces do pijama
    Collab entre Nike e Kim Kardashian é adiada e nova data ainda é indefinida
    Ícones da moda se unem à Mother, Daughter, Holy Spirit em apoio aos direitos trans
    Bvlgari anuncia projeto de novo resort e mansões da marca em Abu Dhabi para 2030
    Scarlett Johansson chama atenção em première de ‘Jurassic World’ ao usar vestido texturizado
    O ‘novo clássico’: Ader Error e Converse apresentam terceira colaboração global
    Ícones sempre voltam! Prada apresenta novo produto com estampa icônica da coleção SS11
    Selena Gomez usa vestido elegante da Miu Miu para gravação ao lado de famosos
    Parceria diferente: Porsche lança edições limitadas em collab com a Ferragamo