Desde que os primeiros indícios de encolhimento no mercado de luxo começaram, dois nomes permaneciam intactos: Chanel e Hermés. Mas a crise também bateu a porta da maison dos dois cês: pela primeira vez desde 2020, a receita da Chanel caiu, recuando 4,3%, para US$ 18,7 bilhões no ano passado. Dados que foram divulgados oficialmente pela marca hoje (20.05).
O lucro operacional caiu 30%, para US$ 4,5 bilhões, ainda um “nível muito saudável”, de acordo com o diretor financeiro Philippe Blondiaux. Isso acontece em um momento delicado, enquanto a marca se prepara para lançar sua nova era, agora sob direção artística do novo diretor Matthieu Blazy, que chega ao posto não apenas cercado por expectativa, mas por um cenário mais realista e desafiador.
“Este desempenho ocorreu após um período de crescimento sem precedentes, no qual a receita quase dobrou nos três anos anteriores”, disse a diretora executiva Leena Nair destacando o inesperado desempenho que a Chanel conseguiu manter mesmo em meio às projeções de encolhimento e enfraquecimento do mercado. “É um momento desafiador no mundo…”, finalizou.
Vale lembrar que a maison aumentou consideravelmente os preços de seus acessórios, em especial da clássica e ultradesejada Flap Bag, que desde 2012 tem ajustes anuais em seu valor. Outro ponto a ser tem em mente: hoje o mercado de second hand, que detém não só modelos conhecidos como edições limitadas da marca, é um dos maiores concorrentes da Chanel.