O renomado fotógrafo Bob Wolfenson estreia, a partir de 26 de agosto, a exposição “Exteriores” na Unibes Cultural, em São Paulo. A mostra gratuita celebra os 10 anos do espaço cultural e convida o público a mergulhar em uma jornada visual composta por 53 imagens captadas em ruas de diversas cidades do mundo.
Com uma estética marcada pelo refinamento e sensibilidade, “Exteriores” propõe uma leitura poética dos gestos cotidianos. Os retratos expostos revelam expressões fugazes, corpos em movimento e silêncios urbanos – todos registrados por um olhar que alia sofisticação técnica à espontaneidade do momento.
Com mais de cinco décadas de carreira, Bob Wolfenson é reconhecido pelos retratos de personalidades, nus e trabalhos na moda. Em “Exteriores”, ele explora o oposto da encenação. “Muito embora, eu seja formado no ambiente controlado de um estúdio fotográfico, ocasionalmente, ao longo de minha trajetória, caminhei pelas ruas das cidades e pelas trilhas dos campos, carregando minha câmera em saídas aleatórias, assim como um escritor faz seus apontamentos em um caderno de notas”, diz o fotógrafo.
Ver essa foto no Instagram
Assim, a curadoria, assinada por Bob em parceria com a crítica Ana Tonezzer, traduz essa visão refinada com um toque quase literário. Segundo o artista, as imagens funcionam como marcadores de tempo e memória – uma espécie de autobiografia visual construída em meio a “desertos imaginários”.
Experiência estética
Entretanto, o projeto expográfico leva a assinatura de André Vainer, arquiteto de prestígio no circuito cultural. Com um percurso expositivo fluido e intimista, Vainer transforma o salão da Unibes Cultural em um convite à contemplação. A escolha do papel Baryta da tradicional Hahnemühle, somada à impressão de Chris Kehl, reforça o compromisso com a qualidade e o acabamento de alto padrão.
Por fim, mais do que um registro documental, “Exteriores” convida à introspecção. As imagens não falam sobre os lugares, mas sobre o próprio fotógrafo – e, por extensão, sobre todos nós. É nessa troca silenciosa entre a arte, a cidade e espectador que se revela a verdadeira sofisticação da mostra.