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    Após visita dos Simpsons, relembramos a história e as polêmicas por trás da Prada Marfa
    Os Simpsons visitam Prada Marfa / Reprodução
    Após visita dos Simpsons, relembramos a história e as polêmicas por trás da Prada Marfa
    POR Camila Yahn

    Na moda, os posts do momento giram em torno da visita dos Simpsons à Prada Marfa, no episódio do último domingo. Naturalmente, a piada só faz sentido para quem conhece a história da instalação criada pelos artistas Micheal Elmgreen e Ingar Dragset e inaugurada em 2005 em Marfa, no Texas, no meio do nada.

    A loja na verdade não é uma loja, tampouco é da Prada. A marca não tem nada a ver com o projeto, mas autorizou o uso do logo e Miuccia escolheu pessoalmente as bolsas e sapatos que ficariam lá dentro.

    Elmgreen e Dragset já haviam usado (sem autorização) o logo da Prada em 2001, quando cobriram a fachada de sua galeria em Nova York com os logos e a frase: abertura em breve, como se a galeria tivesse fechado e em seu lugar viesse mais uma loja da marca. Mas como a instalação de Marfa ficaria lá por um bom tempo, eles acharam melhor avisar oficialmente e se surpreenderam com a resposta positiva. Afinal de contas, de boba, a Prada não tem nada.

    Os Simpsons visitam Prada Marfa / Reprodução
    Os Simpsons visitam Prada Marfa / Reprodução

    Tudo isso aconteceu em uma época pré Instagram e antes de Marfa se tornar um passeio cool pra postar nas redes. Tanto que na “abertura”, não tinha ninguém. Apenas os dois artistas, cinco amigos que vieram de Nova York e uns fazendeiros curiosos. Assim que deram por finalizado o trabalho, eles voltaram para Nova York sem imaginar que sua instalação, dali pra frente, ganharia vida própria.

    A construção

    Foto: Reprodução
    Foto: Reprodução

    O projeto custou apenas US$ 120 mil e foi financiado pelo Art Production Fund e pelo Ballroom Marfa, centro de arte contemporânea. Feita de tijolos de adobe, gesso, tinta, vidro, molduras de alumínio, mdf e carpete, a ideia é que a “loja” nunca fosse reformada ou reparada, se desintegrando vagarosamente de volta a terra. A porta não abre de verdade e as peças que estão lá foram escolhidas por Miuccia Prada e são da coleção de Inverno 2005. “Ela foi muito inteligente na seleção, pegando tons ariosos porque estamos no meio do deserto do Texas onde tudo tem esses tons empoeirados, terrosos”, disseram os artistas à Dazed.

    Vandalismo

    O segundo ataque, em 2014 / Reprodução
    O segundo ataque, em 2014 / Reprodução

    Assim que ficou pronta, uma noite após seu lançamento, um grupo de vândalos entrou com um caminhão na loja, grafitou as paredes, quebrou a porta e roubou seis bolsas e 14 sapatos (apenas os pés direitos…). E a palavra Dumb foi escrita com spray. A loja foi arrumada em seguida e as peças novas vieram com um sistema de segurança que avisa em caso de movimento.

    Em março de 2014, ela foi vandalizada de novo, pintada de azul clarinho e com logos pendurados da marca Toms Shoes e um manifesto político na porta. O artista do Texas Joe Magnano foi preso e processado. Ele se declarou culpado e concordou em pagar US$10.700 em restituição ao Ballroom Marfa e mais uma multa de US$1.000.

    Interações com Prada Marfa

    Pulo de Beyoncé na frente da Prada Marfa inspirou outras milhares de fotos / Reprodução
    Pulo de Beyoncé na frente da Prada Marfa inspirou outras milhares de fotos / Reprodução

    De lá pra cá, a Prada Marfa se tornou cult até virar um estereótipo no episódio do Simpsons. Há mais de 40 mil posts no Instagram com a #pradamarfa, tem gente que deixa cartão de visitas, fazem torres de pedras… “A gente nunca imaginou que a instalação receberia tanta atenção. De repente a placa com a quilometragem para Prada Marfa estava em Gossip Girl e a Beyoncé postou uma foto na frente. A partir daí, o projeto tomou outras proporções e virou um lugar para onde as pessoas viajam especialmente para ir lá ver”, diz Elmgreen.

    Polêmicasprada-marfa-2

    A obra já ganhou muitas interpretações. Algumas falam que a instalação é uma crítica ao consumo de marcas de luxo, mas intencionalmente ou não, ela acaba reforçando os valores capitalistas que critica. A obra também foi interpretada como uma crítica ao consumo, ao mercado de luxo, ao turismo artístico e uma exploração do espaço público.

    Mas o que mais incomodou foi que parece uma propaganda disfarçada de arte. E o local tem suas próprias regras em relação à publicidade, o que faria da Prada Marfa uma propaganda ilegal. “Não há empresa alguma por trás deste trabalho e a Prada nunca encomendou ou pediu nada para a gente”, diz Elmgreen.

    A ideia dos artistas era criar uma discussão em relação com as práticas artísticas específicas do local, e agir como uma forma de “prática espacial crítica” que se envolve com as ideologias do capitalismo e da gentrificação. “A gente teve essa ideia quando pensamos como essas lojas de luxo seriam se fossem tiradas de seu contexto normal, de bairros luxuosos como Mayfair, em Londres. Como elas seriam se você as isolasse totalmente, quase como um Ovni que pousa no meio do nada”, diz Ingmar.

    Futuro

    Foto: Reprodução
    Foto: Reprodução

    O Departamento de Transporte do Texas está discutindo o futuro da instalação. Em 2014, uma porta voz do órgão disse ao jornal local: “Nós sabemos que é ilegal. Eles não tem as licenças e permissões. E está em um pedaço de terra que não é qualificado para tais permissões”. Já um representante da Prada Marfa rebate: “Não é propaganda, não é uma loja, ninguém está vendendo nada lá. É uma instalação de arte”, diz Boyd Elder.

    O órgão chegou a anunciar que o lugar seria reclassificado como um museu, sendo a Prada Marfa seu único e próprio entretenimento. Porém, essa ação isenta a estrutura das mesmas regras de sinalização que forçaram a remoção de um coelho de neon de 12 metros de altura instalado nas redondezas pela revista Playboy em 2013. 

    Mas foi o que aconteceu. Após um ano de deliberações entre o Ballroom Marfa e o Texas Department of Transportation, ficou acordado que a Prada Marfa obteve a classificação de museu, um museu que quase nunca existiu.

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