TOCA de Amadeus Galileu retorna ao formato Desfile
Apresentação foi um convite ao universo provocativo e pessoal do estilista
TOCA de Amadeus Galileu retorna ao formato Desfile
Apresentação foi um convite ao universo provocativo e pessoal do estilista
Numa quinta-feira à noite, debaixo de uma chuva torrencial, a entrada da galeria Pivô, aos pés do Copan, parecia em noite de abertura. Mas se tratava do desfile da Toca, de Amadeus Galileu. Ao subir as escadas, a sala — quase asséptica pela luz branca — reunia um mix de pessoas: de estilistas a artistas plásticos, passando por designers, fotógrafos, curadores e outros que, à primeira vista, nada tinham a ver com o universo da moda — a não ser pela conexão com Amadeus.
Surgida em 2018, a Toca ganhou popularidade com a bolsa Colosso — divertida, de efeito fluffy, limitada a fashionistas num primeiro momento, mas que logo começou a atrair outros olhares. Em 2022, a Casa de Criadores e, após lançamentos mais contidos e focados em venda, voltou agora a apostar no formato desfile.
“Eu acredito que a marca consegue, num desfile, passar uma coisa mais completa do que só um editorial. Ou um evento. No desfile, transmito a música, a estética, o que a Toca pensa, qual é a visão dela, quais são as personas que ela gosta… tudo isso reunido em uma passarela. Era uma necessidade da marca, mas também minha”, reflete o estilista sobre o retorno.
Nos 35 looks, cada um parecia ser um indivíduo, com universo e desejos próprios. Havia também toda uma provocação, em que realidade e inconformismo questionavam o ideal de beleza e bom gosto: skinnies curtíssimas, um jogo assimétrico de proporções, casual e especial tratados de igual para igual. A noiva, o nerd, a punk romântica… a camiseta com “amém fashion” em strass lado a lado com um vestido esvoaçante.
A Toca não quer pedir licença, nem se adaptar. Em um momento conservador e, de certa forma, padronizado, é interessante ver os criativos que ainda nos convidem a entrar nos seus universos – sem medos.