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    Por que os perfumes árabes estão conquistando o Brasil?

    Com fragrâncias intensas, apelo sensorial e preços acessíveis, a perfumaria árabe ganha espaço nas sacolas de compras, impulsionada por influenciadores, estratégias digitais e uma mudança no gosto do consumidor brasileiro.

    Por que os perfumes árabes estão conquistando o Brasil?

    Com fragrâncias intensas, apelo sensorial e preços acessíveis, a perfumaria árabe ganha espaço nas sacolas de compras, impulsionada por influenciadores, estratégias digitais e uma mudança no gosto do consumidor brasileiro.

    POR Gabriel Fusari

    A febre começou devagar, nas prateleiras improvisadas de lojas multimarcas no centro de São Paulo. Hoje, perfumarias como Shaydar, Niche House e Arabia Night atraem filas e vídeos com milhares de visualizações no TikTok. Nas etiquetas, nomes como Lattafa, Al Haramain, Asad e Maison Alhambra. No bolso, frascos entre R$ 150 e R$ 600. E no ar, uma pergunta: por que os brasileiros estão obcecados pelos perfumes árabes?

    A resposta passa pelo desejo de exclusividade, pelo impacto visual das embalagens, pela fixação alta na pele e por uma mudança no comportamento de consumo. “Acredito que esse interesse é reflexo direto de um consumidor cada vez mais exigente e plural”, diz Renata Gomide, vice-presidente de marketing do Grupo Boticário. “Essa maturidade naturalmente abre espaço para novas explorações sensoriais. A perfumaria árabe entrega exatamente aquilo que esse consumidor busca: fragrâncias que marcam presença e impacto cultural.”

    O Brasil é o segundo maior consumidor de perfumes do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, segundo pesquisa mais recente publicada pela Euromonitor. Mas o gosto muda: cresce o apelo por perfumes intensos, considerados unissex, que não seguem a pirâmide olfativa ocidental e que misturam tradição oriental com técnicas contemporâneas. 

    O oud, a baunilha, o âmbar e especiarias como canela e cardamomo são recorrentes. Muitos têm mais concentração de óleo, o que garante longa duração. “A maioria dos perfumes árabes tem uma concentração maior de óleo na composição, o que ajuda na fixação”, explica Sultan Beyond, dono de uma loja familiar em Leme (SP), que vende os frascos em lives com a mãe. “E o custo-benefício é outro diferencial. Antes, um perfume bom custava quase mil reais. Os árabes chegaram com preços entre R$ 180 e R$ 350.”

    A busca pelo “cheiro que não sai nem lavando”, como define a influenciadora Mariam Osman, tem impulsionado o consumo e a viralização online. Mariam, que começou a se interessar por fragrâncias árabes ainda criança, mas se aprofundou no tema após visitar Dubai em 2024, diz que o mais interessante está na possibilidade de criar combinações únicas. “Eu sempre misturo, principalmente os da Kayali e o Al Haramain. E cria uma fragrância que ninguém tem.” Para ela, os europeus funcionam melhor sozinhos. Os árabes permitem experimentação.

    O apelo sensorial desses perfumes não está só no cheiro. A apresentação visual tem um peso importante: frascos ornamentados, caixas bem trabalhadas e detalhes que remetem diretamente ao universo oriental criam uma experiência que começa no olhar. São perfumes pensados para impressionar antes mesmo de serem borrifados. Além disso, eles costumam fugir da estrutura clássica da perfumaria ocidental, que em vez de evoluírem em camadas ao longo do dia, chegam intensos desde a primeira borrifada e seguem assim por horas. Muita gente também destaca que esses perfumes não têm gênero: são usados por qualquer pessoa que goste de fragrâncias mais densas, doces, amadeiradas ou defumadas. A abertura para esse tipo de uso ajuda a aumentar o alcance e o desejo.

    Outro fator que sustenta esse fenômeno é a combinação entre tradição e inovação. Muitos perfumes árabes usam ingredientes históricos, como o oud, resina rara com cheiro amadeirado e defumado, tudo isso ao lado de técnicas e composições modernas. Isso permite que eles dialoguem com públicos diferentes, ao mesmo tempo em que preservam um imaginário forte, carregado de cultura e simbologia.

    O Grupo Boticário vem apostando nesse movimento muito antes de ele se consolidar. “Desde os anos 1990, com Tuareg e Tanit, já víamos sinais de que essa estética olfativa tinha potencial de conexão com o brasileiro”, afirma Renata Gomide. Mais recentemente, a marca lançou fragrâncias como The Blend e Diva Suprema, esta última se tornou líder de vendas online na Eudora. Apesar da inspiração árabe, a produção é feita toda no Brasil, com perfumistas especializados e tecnologias como o Nariz Digital, que mede performance e durabilidade das fragrâncias.

    O fenômeno também movimenta o varejo informal e o comércio independente. Lojas na 25 de Março, no Brás e no Bom Retiro montaram verdadeiros “oásis” de perfumes árabes, vendendo por WhatsApp e TikTok. A Niche House, por exemplo, viralizou ao divulgar perfumes como Shahd e Yara Rose. No All Brás, a Shaydar trabalha com reposições semanais e vídeos com mais de 25 mil visualizações.

    Mas nem tudo são flores. Com o crescimento do mercado, aumentam também as falsificações. Campanhas no TikTok alertam sobre como reconhecer perfumes originais, e especialistas recomendam verificar registros da Anvisa, validade e informações do importador na embalagem. A faixa de preços também varia: enquanto os mais populares ficam entre R$ 150 e R$ 600, versões premium podem chegar a R$ 3.000.

    Mesmo assim, o movimento parece só crescer. “Nosso foco está em continuar apostando em inovação, leitura cultural e performance sensorial para contribuir para esse crescimento de forma consistente”, afirma Renata. Sultan, por sua vez, já se prepara para abrir uma loja em Dubai. Mariam segue misturando fragrâncias em casa. E no TikTok, a pergunta que mais aparece nos comentários segue sendo a mesma: “Esse perfume gruda na roupa mesmo?” Gruda. E agora, também, no imaginário de uma nova geração de consumidores.

     

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