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    Os códigos visuais da estética stripper que influenciam a cultura e a moda

    O impacto de corpos, cores e acessórios transcende clubes e é vista no cinema, nos palcos e nas ruas.

    Os códigos visuais da estética stripper que influenciam a cultura e a moda

    O impacto de corpos, cores e acessórios transcende clubes e é vista no cinema, nos palcos e nas ruas.

    POR Laura Budin

    Entre saltos de acrílico, unhas postiças, bodies com recortes estratégicos e brilhos que refletem luz em qualquer direção, a estética das strippers é um arquivo visual riquíssimo, muitas vezes subestimado, mas decisivo na moda contemporânea. Mais do que performance, cada elemento – do neon ao monograma, do cílio postiço ao casaco de pele – funciona como signo de presença, atitude e narrativa corporal. Pensando nisso, a FFW mergulha nesse universo, traçando conexões entre os clubes, a música, o cinema e a cultura pop, e pergunta: quais códigos desse universo você já incorporou sem perceber?

    O papel do cinema em eternizar (e reinventar) a stripper

    O cinema ajudou a cristalizar essa imagem no imaginário global. Demi Moore em ‘‘Striptease’’ (1996) e o longa ‘‘The Players Club’’ (1998) criaram versões contrastantes da stripper. Mais recentemente, ‘‘Hustlers’’ (2019) e ‘‘Anora’’ (2024) reafirmaram a stripper como personagem central, ora empoderada, ora estigmatizada, mas sempre carregada de camadas estéticas prontas para serem copiadas – da coreografia ao figurino.

    As dançarinas negras que redefiniram o strip no sul dos EUA

    Nos anos 1970, à medida que clubes se ‘‘modernizavam’’ e priorizavam mulheres brancas, dançarinas negras foram empurradas para criar seus próprios espaços – majoritariamente no sul dos EUA (Atlanta, Miami, Houston). Esses ambientes forjaram uma estética inédita: luzes neon realçando tons de pele, tecidos com recortes ousados, monogramas e joias que funcionavam como armadura e status. Além da proximidade com a cena drag que acrescentou teatralidade, exagero e consciência de uma personagem no palco durante as apresentações.

    Como cada detalhe constrói a personagem no palco

    O salto de acrílico, por exemplo, nasceu como ferramenta: alto o suficiente para alongar o corpo, transparente para não ‘‘quebrar’’ a silhueta sob a luz. As ‘‘pack fits’’ – bodies e macacões de rede vendidos em embalagens de beleza – evoluíram de uniforme de palco para peça vendida em lojas comuns, reeditadas por marcas como Poster Girl. Assim como o pelo sintético, o brilho refletido no escuro e os cortes estratégicos, tudo pensado para ser visto de longe, seduzir de perto e ser lembrado depois.

    Música: do pole ao rap

    Se na moda o salto de acrílico demorou para entrar na passarela, na música ele já reinava. Lil’ Kim, sob a consultoria da designer Misa Hylton, levou a teatralidade das strippers ao rap: pasties com cristais, minks sobre lingerie, monogramas de luxo. Foi um divisor de águas na década de 1990, quando artistas femininas começaram a trocar o oversized ‘‘anti-olhar masculino’’ por visuais que reivindicavam o corpo como poder.Videoclipes tornaram-se vitrines dessa estética, com dançarinas migrando dos palcos dos clubes para sets milionários – e, de lá, influenciando o figurino de toda uma indústria – exemplo disso é a rapper Cardi B.

    Quando a moda se apropria e quando ela honra suas origens
    A indústria da moda não apenas se apropriou desses códigos como os refinou para consumo ‘‘aceitável’’. A “mob wife aesthetic”, por exemplo, ecoa influências dos casacos de pele em clubes do Bronx nos anos 1990. O athleisure, hoje um segmento bilionário, nasceu inspirado pelo look de “dia de folga” das dançarinas de Atlanta: legging e top combinando para ir ao banco antes do próximo turno.

    Muito além do fetiche

    Dita Von Teese, Brooke Candy, Lady Gaga, Amber Rose – cada uma, a seu modo, trouxe elementos do strip para o mainstream, mas nem todas mantiveram o vínculo com a origem. Movimentos como #YesAStripper respondem a hashtags que tentam dissociar pole dance do strip, reforçando que técnica e estética nasceram juntas. Ativistas como Jacq The Stripper lembram que não basta ‘‘flertar’’ com a stripper como fetiche de moda; é preciso reconhecer o trabalho, os riscos e o lifestyle de quem vive disso.

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