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    Muito além da música: como as caixas de som viraram símbolo de estilo, cultura e experiência sensorial

    Dos clubes à moda, caixas de som ganham status de peça de design e contam histórias além da música.

    Muito além da música: como as caixas de som viraram símbolo de estilo, cultura e experiência sensorial

    Dos clubes à moda, caixas de som ganham status de peça de design e contam histórias além da música.

    POR Laura Budin

    Por muito tempo, caixas de som foram vistas como simples intermediárias entre o artista e nossos ouvidos – equipamentos técnicos, escondidos em cantos de salas ou pendurados discretamente em tetos de clubes noturnos. Mas nos últimos anos, essa lógica se inverteu. O que antes era só um item funcional virou peça de desejo, objeto de design e protagonista em experiências culturais, da moda aos bailes de rua.

    A febre dos listening bars, que tem crescido em ritmo acelerado no Brasil, é o exemplo mais recente de como som e estética andam cada vez mais juntos. O Starlane, recém-inaugurado em São Paulo com ares londrinos, é um desses lugares onde o sistema de som é tratado com o mesmo cuidado que o cardápio e a decoração. O recém-inaugurado Major e o Matiz também combinam design e curadoria sonora com drinks e vinil e seguem a mesma lógica: ouvir música, sim – mas com estilo, conforto e excelência.

    Essa preocupação em dar forma ao som não é exclusiva dos clubes ou bares. A Valentino, por exemplo, promoveu recentemente o L’Atelier Sonore, uma sala de escuta imersiva dentro da butique da marca na Madison Avenue, em Nova York. A instalação, idealizada por Alessandro Michele em parceria com o coletivo Terraforma e o designer de som Giorgio Di Salvo, transforma o mezanino da loja em um templo da audição. São móveis de madeira artesanal, pufes de veludo e um sistema sonoro sob medida que propõe não só escutar, mas habitar o som. Um convite para pensar a música como espaço físico, arquitetônico e tátil.

    L’Atelier Sonore, uma sala de escuta imersiva dentro da boutique Valentino na Madison Avenue, em Nova York, idealizada por Alessandro Michele em parceria com o coletivo Terraforma e o designer de som Giorgio Di Salvo.

    A própria New Balance embarcou nessa onda. Durante a Casa Abzorb – projeto que reuniu criativos em São Paulo em torno de moda, arte e música – a marca investiu em um sistema de som pensado para inspirar e criar, com caixas robustas que misturam brutalismo e nostalgia em medidas exatas. O responsável pelo projeto das caixas foi o MuziKäu Lab – que assinou também as caixas de som do Starlene ao lado do Zanette Hi-Fi – designer e fabricante brasileiro que vem redefinindo o que significa projetar caixas de som no século 21. Com uma pegada minimalista e brutalista, seus modelos são feitos à mão, misturam influências clássicas (como as icônicas Altec 816) com acabamento contemporâneo, e trazem o som para o centro da experiência, sem abrir mão do visual.

    Caixa de som da Casa Abzorb da New Balance, em São Paulo, feita pelo MuziKäu Lab.

    Esse boom dos ambientes de escuta – e das caixas que fazem parte deles – dialoga também com uma estética bem brasileira que há décadas coloca o som no centro da experiência: os paredões de baile funk. Essas estruturas gigantescas são montadas nas festas e servem como ponto de encontro, palco e vitrine de identidade cultural. Cores vibrantes, logos personalizados, LEDs, faixas e nomes que estampam caixas como carros alegóricos de um carnaval sonoro. São os ancestrais periféricos desse novo momento, onde o design não é só forma, é discurso.

    Hoje, caixas de som não servem apenas para tocar música. Elas contam histórias, carregam intenções, moldam atmosferas. Estão nos clubes, nas butiques, nas salas – e, mais do que nunca, são parte de uma cultura que entende que ouvir é também olhar, sentir e pertencer.

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