Foto capa: @ivimaigabugrimenko Direção de Arte: Ale Linden

Maria Beraldo celebra identidade e sexualidade por meio da música

Com “Colinho”, seu novo álbum, Beraldo continua a usar sua música como forma de resistência e expressão.

Maria Beraldo celebra identidade e sexualidade por meio da música

Com “Colinho”, seu novo álbum, Beraldo continua a usar sua música como forma de resistência e expressão.

POR Laura Budin

Maria Beraldo, que acaba de lançar seu novo álbum “Coinho” , é um dos nomes mais autênticos e instigantes do cenário nacional. Desde a infância até a descoberta de sua sexualidade, Maria transformou sua vida e carreira com o lançamento de “Cavala”(2018), celebrando sua orientação lésbica, mas também desafiando normas de gênero e preconceitos.

Com uma estética que mistura brutalidade e sensualidade, a artista utiliza seu corpo como uma forma de resistência, ecoando a ideia de que a sexualidade é uma luta política e pública. Com letras autobiográficas que exploram a complexidade das relações e uma sonoridade que combina guitarra, clarinete e eletrônica, Maria Beraldo se destaca por sua força e vulnerabilidade, pavimentando seu caminho para o reconhecimento no cenário musical.

Quem é Maria Beraldo?

Maria Beraldo, 36, nascida em Florianópolis, é cantora, compositora e clarinetista brasileira. Reconhecida por sua participação na banda do renomado Arrigo Barnabé e por ter tocado com Elza Soares, Beraldo é uma das fundadoras do grupo Quartabê. Em 2017, iniciou sua carreira solo, lançando o aclamado álbum “Cavala” no ano seguinte, que rapidamente se destacou na cena alternativa, especialmente após seu lançamento em vinil. Com uma sólida formação musical — graduação e mestrado pela UNICAMP —, ela reflete em sua música experiências pessoais e familiares, abordando questões de sexualidade e identidade. Além de sua carreira solo, Beraldo se dedica à composição de trilhas sonoras e continua a explorar novas direções artísticas.

Uma música para começar

De seu primeiro álbum, ‘‘Cavala’’, a canção “Amor Verdade” explora sua identidade e desejos com versos que afirmam sua paixão por mulheres, como “Mas no calor da manhã quem me fez delirar foi uma mulher”. O estilo musical de Maria, que transita pelo alt-pop com toques de MPB e elementos contemporâneos, é uma fusão envolvente que reflete sua essência artística. Isso é ainda mais evidente em “Matagal”, seu novo single em colaboração com Zélia Duncan, lançado para celebrar o Dia da Visibilidade Lésbica. Ambas as faixas não apenas exemplificam sua capacidade de criar melodias cativantes, mas também estabelecem Maria como uma voz poderosa e representativa na cena musical, trazendo visibilidade e empoderamento à comunidade LGBTQIA+.

Um álbum para conhecer

Seu novo álbum “Colinho”, lançado em 18 de outubro, é uma obra que reflete sua evolução artística e uma investigação profunda de sua identidade. Este segundo trabalho da cantora e multi-instrumentista, que chega seis anos após seu aclamado álbum de estreia “Cavala”, apresenta uma sonoridade que mescla pop vanguardista e elementos jazzísticos, reafirmando sua voz única no cenário musical. Com 11 faixas, “Colinho” explora temas de amor, identidade de gênero e sexualidade, como evidenciado na provocativa “Ninfomaníaca”, que questiona estigmas sociais e normas heteronormativas, enquanto “Masc” aborda tópicos como masculinidade e identidade não binária.

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