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    FFW Sounds: A Espanhola Judeline cria um pop Místico e Contemporâneo

    A cantora espanhola transforma suas raízes andaluzas em um universo próprio, onde som, imagem e emoção se misturam.

    FFW Sounds: A Espanhola Judeline cria um pop Místico e Contemporâneo

    A cantora espanhola transforma suas raízes andaluzas em um universo próprio, onde som, imagem e emoção se misturam.

    POR Guilherme Rocha

    Nascida em Jerez de la Frontera e criada em Barbate, Judeline cresceu entre o mar e o vento do sul da Espanha elementos que hoje moldam sua estética etérea e sensorial. Em seu álbum de estreia, ela combina flamenco, R&B e pop experimental em um som que é ao mesmo tempo espiritual e futurista.

    “Para mim, som e imagem nunca estão separados. Quando estou criando música, já vejo cores, texturas, movimentos”, diz. Sua relação com a moda é extensão desse universo visual: “Às vezes me visto como um personagem de Bodhiria, outras vezes, uso roupas como armadura ou ritual.”

    A influência brasileira aparece em Tú et Moi, faixa com batidas de funk e participação da MC Morena. “O que me atraiu foi a energia, aquela pulsação crua que te faz mexer sem nem perceber”, conta.

    Neste domingo, 2 de novembro, Judeline se apresenta em São Paulo no Parque Ibirapuera como parte da agenda do novo ecossistema de curadoria musical intuitiva Índigo. 

    QUEM É JUDELINE?

    Nome artístico de Lara Fernández Castrelo, que nasceu em 2003 em Jerez de la Frontera e cresceu em Barbate, na Andaluzia (Espanha). Misturando influências folclóricas espanholas com sonoridades pop e eletrônicas, ela criou um estilo único que une o tradicional e o contemporâneo. Revelada ainda adolescente, ganhou destaque com faixas como “Tánger” e “Zahara” e consolidou seu nome com o álbum “Bodhiria” (2024), elogiado pela fusão entre misticismo, identidade cultural e produção moderna. 

    UMA MÚSICA PARA COMEÇAR: “ZAHARA”

    Misturando batidas eletrônicas sutis com harmonias inspiradas no flamenco e no reggaeton e vocais cheios de textura e emoção, a faixa é um retrato perfeito da dualidade que define a cantora: o equilíbrio entre tradição e modernidade. Lançada em 2022, rapidamente se tornou uma das músicas mais ouvidas de Judeline e destacou seu nome entre as novas vozes do pop espanhol.

    ÁLBUM PARA CONHECER: “BADHIRIA” 

    O álbum de estreia de Judeline foi lançado em 2024, é uma viagem sensorial que mistura suas raízes andaluzas com sonoridades eletrônicas e urbanas. A cantora cria um universo próprio, em que espiritualidade, amor, identidade e transformação se cruzam em faixas como “INRI”, “Mangata” e “Zarcillos de plata”. Com influências de flamenco, R&B, trap e até melodias árabes, o disco foi elogiado pela originalidade e pela produção refinada.

    CONCEITO E ESTÉTICA VISUAL

    A estética é um reflexo direto de sua música: mística, cinematográfica e profundamente ligada às raízes andaluzas. Ela transforma som em imagem, usando moda e visual como extensão da própria arte. Tecidos fluidos, metais, sombras e luzes intensas criam atmosferas que parecem rituais visuais, uma fusão entre o ancestral e o futurista.

    A seguir, leia a conversa de Judeline com o produtor de conteúdo de moda e cultura, Guilherme Rocha da FFW.

     

    FFW: Na faixa “Tú et Moit”, você traz batidas de funk. Você se lembra de como e quando descobriu o gênero? E pode compartilhar por que escolheu incluí-lo nesta música?

    Judeline: Acho que conheci o funk anos atrás, pela internet, provavelmente no YouTube, para ser sincera, e depois por meio de amigos que curtiam muito os sons brasileiros. O que me atraiu foi a energia, essa pulsação crua que faz o corpo se mover sem que a gente perceba. Em “Tú et Moit”, eu queria que esse ritmo representasse desejo e leveza, mas na minha própria linguagem, mesclando-o com a suavidade e a sensualidade que também fazem parte do meu som. Pareceu natural, como um convite para dançar, mas também para me conectar emocionalmente. Eu já havia explorado o funk em outras faixas, como “Canijo”. E sou fã da MC Morena, então queria muito tê-la nesta música em particular.

    FFW: Além do funk, o que mais você conhece sobre o Brasil e o que está mais animada para vivenciar aqui?

    Judeline: Há algo no Brasil que sempre me atraiu: a música, as cores, a espiritualidade, a forma como as pessoas experimentam a arte no cotidiano. Sempre admirei a intensidade poética dos artistas brasileiros. Uma das minhas maiores referências é Gal Costa, mas também escuto nomes como Chico Buarque e Jorge Ben Jor. Este ano, durante a turnê, ouvimos bastante “Deixa Acontecer Naturalmente” na van.

    Estou animada para sentir esse calor de perto, viver o ritmo das cidades e da natureza e ver como o público responde às minhas músicas ao vivo. Parece um ciclo que se completa, depois de colaborar com artistas brasileiros em “Tú et Moit”. Visitei o Brasil e o Rio de Janeiro no início deste ano, e foi incrível: a comida, a atmosfera, as pessoas que conheci. Além disso, adoro o som do português, e por isso também o explorei no meu último lançamento, “com voz”.

     

    FFW: Seu conceito visual é muito rico e original. Como funciona seu processo criativo ao traduzir seu som para o visual e a moda?

    Judeline: Para mim, som e imagem nunca estão separados. Quando estou criando música, já enxergo cores, texturas, movimentos. Gosto de trabalhar com equipes que entendem essa sensação cinematográfica que busco, algo etéreo, mas real, quase espiritual. A moda é uma forma de expandir esse universo: às vezes me visto como um personagem de Bodhiria, o lugar imaginário do meu álbum; outras vezes, uso roupas como armadura ou ritual. É sempre uma forma de refletir o que a música diz, sem precisar de palavras.

    FFW: Por fim, você poderia compartilhar algumas de suas principais influências, sejam musicais, visuais ou criativas em geral?

    Judeline: Musicalmente, diria cantoras espanholas como Lole Montoya, Rocío Dúrcal e, claro, Gal Costa, que mencionei antes. Também vi muita MTV quando era criança, então todas as divas dos anos 2000 moldaram meu imaginário. Ultimamente, tenho ouvido bastante Oklou, FKA Twigs, Addison Rae e Amore. Visualmente, me inspiro em pessoas que conseguem transmitir emoção pela atmosfera. E, no fim, minha maior influência sempre será o sul da Espanha: minha família, o mar, o vento, essa mistura de melancolia e luz que vive em tudo o que faço.

     

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