FFW
RECEBA NOSSO CONTEÚDO DIRETO NO SEU EMAIL

    Não, obrigado
    Aceitando você concorda com os termos de uso e nossa política de privacidade

    Como a moda será impactada pela vitória de Donald Trump

    Como deve ser a próxima gestão do ex-presidente baseado em ações do primeiro mandato e promessas de campanha. 

    Como a moda será impactada pela vitória de Donald Trump

    Como deve ser a próxima gestão do ex-presidente baseado em ações do primeiro mandato e promessas de campanha. 

    POR Gabriel Fusari

    Na quarta-feira (06.11), o clima na internet estava marcado por uma mistura de sensações e incertezas, após a vitória de Donald Trump sobre Kamala Harris na disputa presidencial dos Estados Unidos. A vitoria do republicano gerou apreensão sobre o que de fato vai acontecer no segundo mandato de Trump.

    Políticas mais restritivas, nacionalistas e anti-imigrantes, aumento das tarifas sobre produtos importados, retrocessos em pautas de sustentabilidade e inclusão são alguns dos pontos destacados por analistas como possíveis consequências para este segundo mandato. A indústria da moda norte-americana vem sofrendo na última década e será certamente impactada. Ontem (06.11), as ações da Lululemon, Gap e Nike, três grandes marcas locais, caíram.

    Separamos os principais pontos para ajudar a entender melhor o cenário do que pode vir por aí e certamente terá um impacto não apenas local, mas global.

    POLÍTICAS COMERCIAIS NACIONALISTAS

    A eleição de Donald Trump trouxe uma abordagem focada no comércio interno dos EUA, com a campanha “America First”. Essa política incentivou a produção dentro do país com o objetivo de reduzir a dependência de produtos importados, especialmente da China, principal concorrente dos Estados Unidos. O objetivo era criar mais empregos nos EUA e fortalecer a economia interna, o que teve um impacto direto na indústria. Porém, um estudo recente da Partnership revelou que o número de pessoas empregadas em vagas relacionadas com a moda na cidade de Nova York, por exemplo, caiu de 182 mil em 2014 para cerca de 129 mil este ano – um declínio de quase 30%. Agora ele promete criar um milhão de novos empregos até 2027. 

    IMPACTOS NOS IMPOSTOS E NOS PREÇOS PARA O CONSUMIDOR FINAL

    A política comercial de Trump aumentou significativamente as tarifas sobre produtos estrangeiros, o que afetou matérias primas essenciais para a moda, como tecidos e suprimentos. Durante seu primeiro mandato, o governo aplicou tarifas de 10% a 20% sobre todas as importações, o que afetou diretamente os preços das marcas de luxo europeias que tem no mercado norte-americano um de seus maiores faturamentos. Talvez isso explique a presença de Alexandre Arnault, um dos herdeiros e diretores do grupo LVMH no último comício de Trump em Nova York, às vésperas da eleição.

    Já a taxação de até 100% sobre produtos da China, a maior fonte de importação de vestuários, provocou um aumento nos custos de importados tornando a produção de roupas e acessórios mais cara e impactando diretamente as marcas que dependiam de insumos do exterior. Esse aumento de custos foi repassado aos consumidores, elevando o preço final dos produtos. Segundo o BoF, a Federação Nacional de Varejo publicou na segunda-feira (04.11) um estudo que concluiu que as tarifas propostas por Trump prejudicariam o poder de compra dos consumidores em US$ 50 bilhões ou mais a cada ano.

    SUSTENTABILIDADE

    Trump é um negacionista climático. Com menos regras ambientais e incentivos à produção local, as empresas de moda podem não se sentir motivadas a adotar práticas sustentáveis. Isso significa que, para muitas marcas, a sustentabilidade pode não ser uma prioridade. Caberá à opinião pública a pressão para que marcas de moda continuem a investir (mesmo que de forma superficial) em ações sustentáveis para evitar boicotes dos consumidores.

    IMIGRANTES

    Há muitas incertezas sobre o futuro dos imigrantes legais e ilegais no país. Seus discursos sobre deportação sempre foram vistos como exagerados, mas desde a campanha eleitoral deste ano, esse tema se intensificou e se tornou cada vez mais radical. Inúmeros estudos já comprovaram que o país colapsaria sem imigrantes.

    PRODUÇÃO LOCAL É UM PROBLEMA

    Embora houvesse incentivo para produzir mais no país, a falta de infraestrutura e de mão de obra qualificada dificultou a produção em larga escala nos EUA. Produzir roupas nos EUA se mostrou mais caro do que em outros países, onde os custos de mão de obra e materiais são menores. Isso dificultou a competitividade dos produtos americanos, que, com preços mais altos, ficam menos atraentes no mercado global em comparação com os importados. Apesar disso, existe um certo otimismo por parte de empresários e designers locais em torno do fortalecimento do “American Made”. 

     

    MAKE AMERICAN CULTURE GREAT AGAIN 

    O discurso nacionalista pode favorecer as marcas que celebram os simbolos e tradições americanas que devem ganhar mais espaço nos carrinhos de compras. Nesse sentido, é possível vermos mais coleções adotarem as cores da bandeira e imagens iconográficas ufanistas ligadas à cultura local. 

    MENOS IMPOSTOS PARA OS RICOS E EMPRESAS

    Enquanto Kamala propunha taxar grandes fortunas para financiar politicas públicas de saúde, por exemplo, agora isso está longe de acontecer. Trump já discursava contra isso desde seu governo anterior, e agora afirma que vai reduzir impostos para pessoas de alta renda e redução da taxa de imposto corporativo para 15%. O impacto real disso ficará na conta dos grupos de renda média e baixa, que continuarão pagando valores desproporcionais aos seus ganhos. 

    Não deixe de ver
    foto: pinterest
    Havaianas lidera ranking global de marcas mais desejadas; Saint Laurent é número 1 entre as grifes de luxo
    Crise na Fenty? LVMH estuda vender sua participação na linha de beleza de Rihanna
    L’Óreal compra divisão de beleza da Kering por 4.6 bilhões de euros
    Paulo Borges e os 30 anos da SPFW: “Não é uma marca que vai fazer a moda ser importante. é um esforço coletivo”
    Trousseau e Luma Costa apresentam sua primeira coleção de mesa posta
    Em movimento supresa, Armani revela desejo que seus herdeiros vendam sua marca
    H&M abre seguna loja no Brasil no Shopping Anália Franco
    Crise e contraste: enquanto Gucci afunda, Hermès segue em alta, e Prada vive entre extremos
    Nova fase na Marni: Meryll Rogge assume direção criativa da marca italiana
    Anna Wintour deixa o comando editorial da Vogue América após quase 40 anos