FFW
RECEBA NOSSO CONTEÚDO DIRETO NO SEU EMAIL

    Não, obrigado
    Aceitando você concorda com os termos de uso e nossa política de privacidade

    Ann Demeulemeester: um novo capítulo agora sob o olhar de Ludovic de Saint Sernin

    Reunimos alguns dos momentos-chave da marca história da marca belga

    Ann Demeulemeester: um novo capítulo agora sob o olhar de Ludovic de Saint Sernin

    Reunimos alguns dos momentos-chave da marca história da marca belga

    POR Vinicius Alencar

    Ao acordar na manhã deste primeiro dia de dezembro, entusiastas foram surpreendidos por um “comunicado visual”: Ludovic de Saint Sernin anunciando que é o novo diretor criativo da Ann Demeulemeester, com direito a postagens duplas em ambos os perfis e, de quebra, sendo o modelo de sua primeira colaboração para a marca.

    Coincidência ou não, eu já havia sentido uma leve curiosidade de uma nova geração pelo trabalho de Ann, que faziam pequenas homenagens, ou melhor, edits no Tiktok reverenciando a estética poética, punk, romântica e a la Patti Smith de uma das pertencentes do Antwerp Six.

    Ann Demeulemeester
    Ann Demeulemeester, em 2019 (Foto: Cortesia Ann Demeulemeester)
    Kistern Owen, musa de Ann por anos, desfilando a coleção de verão 1992. As penas e alfaiataria desconstruída são dois elementos-chave do trabalho da belga (Foto: Cortesia Ann Demeulemeester)

    ​Vivemos em um momento em que as marcas optam por apagar todo o feed no Instagram a cada mudança de direção criativa, acredito que na intenção de criar um ineditismo e novidade para uma nova audiência, mas que consequentemente ​acaba por negar décadas de trabalho, identidade e conexão.

    Não foi diferente na Celine, na Saint Laurent e nesse caso menos ainda. Afinal Ludovic tem o apelo e o frescor que o atual detentor da marca (Claudio Antoniolli) procura: aceitação entre a mídia especializada e influencers, pop ups que causam burburinho em NY e Paris, além de forte presença nas redes sociais – as fotos em que posa para Willy Vanderperre e com styling de Olivier Rizzo não me deixam mentir.

    O que levou essa mudança, tida para muitos como radical? As respostas são inúmeras, mas partem principalmente de um desejo de furar a bolha e trazê-la para o hoje. Já que o legado da designer belga e sua marca homônima são inquestionáveis, porém ainda pouco conhecidos fora do circuito da moda. Por isso, reunimos na sequência alguns momentos-chave da história da etiqueta, que ajudam a entender sua importância e qual pode ser o novo caminho, agora sob o comando do jovem designer francês

    Ludovic posa para Willy Vanderperre revelando preview de sua primeira colaboração como diretor criativo da marca (Foto: Reprodução/Instagram)

    1959: ​Ann nasceu em Courtrai, Bélgica e segue viva, agora envolvida com outros projetos, desde que se aposentou e se retirou da própria marca em 2013. Dentre suas incursões se destaca a criação de objetos para casa.

    1981: Ao lado de Marina Yee, foi um​a das únicas mulheres a pertencer do sexteto da Antuérpia que era formado por Dries Van Noten, Walter Van Beirendonck, Dirk Bikkembergs e Dirk Van Saene, todos formandos do Royal Academy of Fine Arts da Antuérpia, entre 1980 e 1981.

    ​1982: No ano seguinte a sua graduação foi premiada com o Gouden Spoel, prêmio belga na categoria de jovem designer em ascensão. ​

    ​1985: Já em Londres iniciou oficialmente sua marca homônima, se inspirando não apenas na cena punk, como adicionando alguns elementos de poesia e ambiguidade, regidos por uma boa dose da estética gótica. ​ ​

    1991: Depois de relutar e permanecer avessa à indústria e, especialmente a semana de moda de Paris, Ann acabou cedendo e apresentando sua primeira coleção feminina. Num momento acostumado com rodopios, gritos e ​glamour, ela chamou justamente atenção por ser a antítese de tudo isso. ​

    1992-1993: Estabeleceu códigos muito bem definidos com a clássica combinação P&B, plumas, laços, armaduras metálicas, veludo, camisaria e uma alfaiataria desconstruída, ​termo que não a agradava tanto, já que pontuou em diferentes entrevistas: “Não gosto dessa história que estou desconstruindo, na verdade eu estou construindo o tempo todo, apenas não construo da forma tradicional”. ​

    1994: Recorre a Anne Chapelle, nome que era destaque da indústria farmacêutica francesa, mas que começava a chamar atenção de marcas independentes, pois ajudava elas a se estabelecerem. Outro protegido de Anne na época era um estilista pouco conhecido até então, Haider Ackermann. ​ ​

    1996: ​Lançou sua linha masculina, que seguia seu DNA soturno, cheio de simbolismos, com o clássico preto e branco perdurando coleção após coleção. Essa constância e auto referência influencia uma nova geração que começava a surgir, dentre eles o também belga Raf Simons e o norte americano Rick Owens.

    ​1997: Com o aporte de 32 BVBA (Anne Chapelle), a marca viveu um período de crescimento, com abertura de lojas, novos pontos de venda e expansão para outros mercados que não só o europeu.

    2000: A imprensa começou a achar o trabalho de Ann maçante e repetitivo, em um momento em que tendências globais começavam a se desenhar com mais facilidade e grandes conglomerados apostando alto em novos designers, a estilista parece perder fôlego, nadando contra a maré. ​ ​

    2005: Passou a desfilar o masculino ​de forma independente, o que garantiu reviews com mais adjetivos e amistosos se comparados com o feminino.

    ​2010: A entrada de Sébastien Meunier, ex-Maison Martin Margiela, no masculino também gerou uma série de comentários de que a instabilidade do futuro da marca deixava Ann incomodada e que ela ensaiava uma aposentadoria precoce.

    ​​2013: ​Indo contra todos os rumores, foi anunciado que tanto o masculino, quanto feminino voltariam a ser independentes do grupo 32 BVBA. A surpresa maior veio meses depois com uma carta escrita à mão e disparada via email, em que Ann anunciava a sua saída e que Meunier continuaria em seu lugar.

    ​2019: É anunciado o lançamento da Ann Demeulemeester Serax com talheres, luminárias, louças e objetos de decoração. “Eu sempre estarei criando de alguma forma, seja fazendo jardinagem, escrevendo poemas ou criando objetos para casa”, declarou na época. ​ ​

    2020: O New Guards Group de Claudio Antonioli entra no jogo e adquire a marca por sua boa relação com a designer que comemorou dizendo: “um ressurgimento sob as asas do meu amigo Claudio”. Lembrando que já faziam parte do grupo (que atualmente pertence à Farfetch), grifes como Off-White, Palm Angels, Marcelo Burlon, County of Milan, Heron Preston, Alanui, Unravel Project e Kirin Peggy Gou.

    2022:​ Após uma retrospectiva do trabalho de Demeulemeester durante a Pitti Uomo (em junho), Ludovic é anunciado diretor criativo da marca.

    2023: A primeira coleção sob assinatura de Ludovic será apresentada em março, durante a semana de moda de Paris. ​

    
    
    Não deixe de ver
    ‘O Diabo Veste Prada 2’ ganha mini teaser e revela início dos produções: Meryl Streep e Anne Hathaway estão de volta
    Em reta final da gravidez, confira os looks mais icônicos de Bruna Biancardi
    Fundador do Labubu se torna o bilionário mais novo da China com o sucesso do acessório
    Outono 2025: Dior mergulha no universo de ‘Orlando’ com campanha estrelada por moda, tempo e transformação
    Ana Maria Braga usa vestido de noiva assinado por Lethicia Bronstein com referências à Sagrada Família
    Igor Dadona apresenta sua primeira linha de bolsas em couro italiano
    Gucci nomeia Lee Know, do Stray Kids, como novo embaixador global da maison
    Rihanna usa look azul personalizado da Chanel para première mundial de ‘Smurfs’
    Nike Shox e o legado do 12 molas
    Giovanna Lancellotti aposta em vestido de noiva assinado por Giambattista Valli em 3ª cerimônia