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    A anatomia de um ícone: Cher por Bob Mackie

    No aniversário de 79 anos da artista, relembramos a aliança criativa que subverteu códigos e eternizou o glamour como força narrativa.

    A anatomia de um ícone: Cher por Bob Mackie

    No aniversário de 79 anos da artista, relembramos a aliança criativa que subverteu códigos e eternizou o glamour como força narrativa.

    POR Laura Budin

    Antes do termo ‘‘naked dress’’ entrar para o vocabulário da moda, antes de estilistas explorarem a transparência como tendência de red carpet, já havia Cher. E por trás de sua silhueta recortada em miçangas, plumas e tecidos translúcidos, estava Bob Mackie — figurinista de formação hollywoodiana que transformou a cantora num ícone visual.

    A parceria entre os dois atravessa décadas e reflete uma compreensão rara entre artista e criador, em que o figurino não apenas veste, mas também narra, provoca e eterniza. À medida que a estética do show business dos anos 1970 e 1980 ganha novo fôlego na moda contemporânea, revisitar essa colaboração é também entender como o glamour pode ser veículo de reinvenção e poder.

    Pensando nisso, hoje (20.05), dia em que Cher completa 79 anos, voltamos ao início dessa relação única e destrinchamos como ela moldou não só a imagem da cantora, mas também o imaginário da moda pop para sempre.

    O encontro que moldou um ícone
    A relação entre Cher e Bob Mackie começou em 1967, nos bastidores do The Carol Burnett Show, onde o estilista já atuava como figurinista. Na época, Cher ainda era parte do duo Sonny & Cher, mas sua imagem pública estava prestes a se transformar radicalmente — e Mackie foi peça-chave nesse processo.

    Ao longo de mais de cinco décadas, a dupla construiu uma parceria criativa que redefiniu não apenas a estética de palco da cantora, mas também os códigos de sensualidade e espetáculo no vestuário pop. Mackie não apenas desenhou figurinos; ele colaborou ativamente na construção da persona de Cher, com looks que mesclavam teatralidade, técnica e subversão de expectativas.

    Cher e Bob Mackie no Oscar de 1986.
    No Oscar de 1986, Cher usou um vestido com referências à indumentária de povos indígenas norte-americanos, criado por Bob Mackie, uma resposta visual poderosa à Academia, que a ignorou na premiação por sua atuação em ‘Mask’.

    A anatomia de um vestido lendário
    Entre os muitos marcos visuais criados por Mackie para Cher, o vestido transparente usado no Met Gala de 1974 talvez seja o mais emblemático. Bordado manualmente com miçangas e combinado com mangas e cauda de plumas brancas, o look expunha com precisão milimétrica o corpo da cantora — sem recorrer a pasties (protetores de mamilo) ou forros visíveis.

    A peça, posteriormente imortalizada na capa da Time, causou controvérsia, foi banida de bancas em algumas cidades americanas e consolidou o naked dress como linguagem estética. Mais do que ousadia, o vestido sintetizava o domínio técnico de Mackie e a disposição de Cher em ocupar um espaço de risco e originalidade.

    Mais do que pele, presença
    Ao longo dos anos, Mackie sempre reiterou que a intenção por trás das criações para Cher nunca foi a provocação vazia. Seus vestidos transparentes não buscavam o choque, mas sim o encantamento visual — resultado de um conhecimento refinado sobre o corpo feminino, cortes de precisão e truques de ilusão óptica herdados de seu trabalho prévio no cinema.

    Cher, por sua vez, sempre soube vestir esses looks com uma naturalidade desarmante, que afastava qualquer leitura vulgar. O que se via no palco era menos sobre pele e mais sobre domínio de cena, projeção de imagem e confiança absoluta em sua própria presença.

    Cher, Diana Ross e Elton John no Rock Music Awards de 1975.
    Cher, Diana Ross e Elton John no Rock Music Awards de 1975.

    Figurino como narrativa visual
    Os figurinos criados para suas turnês, aparições em premiações e residências em Las Vegas acompanham os diferentes momentos de sua carreira e refletem tanto transformações culturais quanto a própria maturidade da artista.

    A jaqueta de couro combinada ao bodysuit transparente dos anos 1980, o vestido vermelho de franjas da era ‘‘Living Proof’’, ou ainda o figurino com milhares de cristais Swarovski usado aos 71 anos no Billboard Music Awards, evidenciam não só longevidade, mas coerência criativa. Juntos, eles consolidaram uma narrativa de moda que continua relevante — e imitada — até hoje.

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