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    O timing da moda e os sinais de mudanças
    O timing da moda e os sinais de mudanças
    POR Redação

    Conforme as semanas de moda internacionais vão caminhando é possível identificar um certo dilema no ar. Desfilar para vender agora ou esperar os habituais 6 meses para que as coleção cheguem às lojas?

    tom fordUma das poucas imagens que vazaram do desfile do Tom Ford © Reprodução

    Em Nova York, Tom Ford causou certo frisson sobre o tema quando restringiu seu desfile feminino _seu primeiro desde que deixou a Gucci_ a apenas 100 convidados e um único fotógrafo _Terry Richardson, no caso. O movimento foi visto como uma tentativa de desacelerar o frenético ritmo da moda _e de suas semanas de desfiles_, anunciando que as fotos da coleção estariam disponíveis apenas entre dezembro e janeiro.

    Na extremidade oposta, Christopher Bailey continua representando a Burberry como a marca de luxo mais avant garde em termos de tecnologias e posicionamento virtual. O último desfile da grife, além das já habituais transmissões ao vivo e projeções em espaços públicos, trouxe um recurso que permitia a compra quase que instantânea das roupas, antes mesmo que essas saíssem da passarela.

    2011/10/3735_burberryDesfile da Burberry verão 2011 © firstVIEW

    Mais recentemente, Hussein Chalayan anunciou que seu verão 2011 não contará com um desfile, apenas apresentações com hora marcada para alguns membros da imprensa e compradores.

    A discussão não é lá grande novidade. Já fez algum tempo que membros da indústria da moda andam reclamando da atual esquema e distribuições das coleções. A estilista Donna Karan, por exemplo, é uma das mais fervorosas na campanha por um novo timing na moda.

    “O consumidor está completamente confuso e dizendo ‘basta’. Nós estamos gastando dinheiro em desfiles, e quando o consumidor pode chegar as produtos, eles já estão em liquidação”, disse a estilista durante uma reunião do CFDA no ano passado.

    Atualmente, leva cerca de 6 meses para as coleções saírem das passarelas e chegarem as lojas. E ainda assim, chegam com considerável antecedência em relação a estação do ano. Por exemplo, o inverno 2010 que desfilou em NY, Londres, Milão e Paris entre fevereiro e março desse ano, chegou às lojas do hemisfério norte em agosto, no meio do verão.

    Toda essa lógica tem seus fundamentos lá nos 1960, quando o prêt-à-porter passou a dominar a indústria e o mercado de moda no mundo. Na época era natural, e não parecia moroso esse intervalo entre os desfiles e o lançamento de fato das coleções para o consumidor.

    Aqui, o sistema já é diferente _mais agilizado e de acordo com o comportamento de consumo. Aquilo que é apresentado nas passarelas do Fashion Rio e SPFW leva apenas 3 meses (senão menos) para chegar às araras das lojas.

    Só que de lá para cá uma série de alterações na economia e na sociedade aconteceram. A economia mudou, as redes de comunicação mudaram, surgiu a internet, o bombardeio de informação que surgiu nos anos 80 ficou ainda mais intenso, as imagens passaram a ter valores cada vez maiores no imaginário da sociedade, o fluxo de informações chegou a uma velocidade absurda e a própria relação da moda e consumo com as pessoas também ficou ainda mais intensa e dinâmica.

    Enfim, o mundo mudou, mas a lógica de apresentação de coleções continuou a mesa. Então não é surpresa que os consumidores se sintam meio perdidos no meio disso tudo. É natural que as pessoas achem as roupas, as “tendências”, ultrapassadas quando chegam as lojas.

    Ao mesmo tempo, foi a velocidade maluca que tomou conta da indústria da moda que levou Azzedine Alaïa a não desfilar mais na semana de moda de Paris. E foi mais ou menos por isso que lá nos anos 90, Helmut Lang fez todo um movimento para mudar o sistema de apresentações para melhor lhe servir.

    A velocidade absurda que passou a reger a indústria da moda acabou contribuindo por uma inversão de valores: não mais a ruptura e inovação, quase como aquela lógica modernista (da negação do passado em busca do novo), e sim reciclagem sem fim.

    E aí, quem está com a razão?

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