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    Paula Raia
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    PAULA RAIA
    Verão 2017 RTW
    Foto: Zé Takahashi/ Ag. Fotosite
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    Foto: Zé Takahashi/ Ag. Fotosite
    Por Augusto Mariotti 26.abr.16
    É sempre uma experiência fascinante ir ao desfile de Paula Raia. Ele acontece em sua casa no Jardin America e, na calçada, imprensa e amigos da estilista se aglomeram para entrar, todos recebidos pelos olhares curiosos de seus dois filhos. Paula se tornou uma representante do que é conhecido como slow fashion. Ela encontrou o seu próprio tempo de pensar, criar e produzir e o resultado do ápice dessa criação nós vemos uma vez por ano no SPFW, o que não signifique que sua loja não seja abastecida para que as clientes comprem não apenas suas roupas, mas também o seu estilo de vida e sua ética. Ela, que já havia se acostumado com um espaço maior de tempo para a produção de sua coleção de desfile, se impôs um desafio maior nessa temporada: enfrentar o imediatismo, perdendo um pouco o controle de seu próprio trabalho. Pela primeira vez, suas roupas passaram por processos fora do ateliê. “Cada parte da peça saía daqui para outras oficinas, seja de tingimento ou bordado. Até elas estarem de volta para que pudesse remonta-las, foi um processo longo e eu nunca sabia como essas peças iriam voltar”. Essa foi a sua maneira de enfrentar o imediatismo e a ansiedade provocada por ele. A pior angústia? A espera. “Via a roupa por pedacinhos e só fui visualizar o resultado final há pouco tempo”. Assim, a passagem do tempo é sua principal inspiração, traduzida lindamente pelo caminhar leve e vagaroso das modelos e por uma coleção que mostra a evolução de Paula como criadora e em seu próprio ofício, de encontrar nas técnicas de modelagens e manuseio de materiais as maneiras de traduzir suas histórias de moda. Os vestidos do início são brancos e, ao longo do desfile, vão “sofrendo” a ação do tempo, ficando puídos ou amarelados. Um degradê que vai se impondo com naturalidade e beleza. Os materiais usados trazem com clareza essa ideia da ação do tempo e do desgaste, do acúmulo de plantas, poeira… O look que abre o desfile é de seda, com trabalho de feltragem manual, o que dá a ele um aspecto de sonho, um vestido de nuvem. Há bordados que parecem plantas que foram brotando na roupa e referências aos desenhos que a areia cria quando vai se acumulando, que vemos na modelagem, com camadas de tecidos e bordados, como no ultimo look, usado por Daiane Conterato, um dos mais fortes da apresentação. Vale destacar a parceria de Paula com o stylist e artista Mauricio Ianes, que está mergulhado por inteiro no processo da coleção e forma com ela uma ótima dupla criativa, que se entende e se alimenta. Saímos de lá extasiados. (CAMILA YAHN)