Lino Villaventura abre o ultimo dia de SPFW com um espetáculo que vai ficar para a história do evento. O desfile reuniu três grandes nomes da moda em uma super produção: além de Lino, Miro fotografava ao vivo os looks que entravam na passarela, abrindo seu processo criativo ao público. As fotos apareciam em tempo real num grande telão e eram o resultado final, que normalmente só vemos nas revistas. Paulo Borges dirigiu a cena e as imagens devem em breve ganhar uma exposição. Juntos, eles criaram um contexto perfeito para apresentar a moda que Lino faz, com sua porção dramática e teatral Mago das texturas, ele chamou algumas de suas modelos preferidas, como Marina Dias e Talytha Pugliese, para posarem com seus vestidos cheios de tramas, texturas e os volumes característicos do seu trabalho. Nós acompanhamos o ensaio e foi muito interessante ver Miro agindo na passarela do SPFW exatamente como faz em seu estúdio. Ele dirigiu cada uma das 18 modelos, indicando quais poses ou posturas elas poderiam fazer. Mesmo sendo um dos principais fotógrafos do Brasil, Miro disse que estava com um pouco de frio na barriga, olhando a quantidade de gente envolvida no processo. “Na minha época, quando eu trabalhava com o Daloia (importante fotógrafo de propaganda dos anos 80/90) éramos só eu, ele e, no máximo, um diretor de arte. Hoje com o digital, há equipes para cada processo, é muito diferente”, diz Miro. “Quando a foto entra no computador, ela não é mais sua. Por isso, cuidei de ter esse controle e marcar todas as meninas”. Ele chegou a ficar emocionado com o convite. “Quando o Paulo e o Lino me ligaram, foi uma coisa muito boa. O momento atual complicado e, de repente, eu ganho esse presente. Fora que eu gosto de verdade do que o Lino faz”. E fez muito sentido ver as roupas dessa forma, olhar as modelos se movimentando e o Miro fazendo sua mágica. As fotos eram mostradas em tempo real em um grande telão, o que pouca gente percebeu, atentos que estavam na cena à sua frente. (CAMILA YAHN) PS: menção honrosa para a linda Mariane Calazan, que fechou o desfile com um vestido rosa, leve como uma nuvem, imagem de sonho.