Para entender os caminhos de Fause, é importante lembrar que ele vendeu a marca que leva seu nome há sete anos, e agora pode se dedicar a trabalhos muito mais ligados à arte em diferentes planos. O trabalho como estilista ele faz pensando em suas clientes fiéis. E elas não têm uma idade específica: ele veste desde da avó à neta. São mulheres que o procuram quando têm um evento especial. Por isso, ele pensa quase que exclusivamente em peças para a noite.
A relação que o estilista tem com suas clientes é interessante. Fause pensa nelas como rainhas, como representantes de uma dinastia, e sua missão é vesti-las. E isso estava bem claro nas peças apresentadas, que tinham algo de muito imponente, de realeza. As sete modelos da performance lembravam também imagens de santos: mantos sobre saias amplas com saiotes de tule, adornos em forma de auréola e adereços de mão que lembram terços. Ou será que a referência foi proposital, remetendo a uma época em que realeza e igreja se confundiam?
A coleção deste “abril 2014” – Fause abandonou a nomenclatura tradicional das temporadas – é marcada por saias longas, ora volumosas e ora rabo de peixe, e pelas ricas “estampas” criadas com pedacinhos de tecido, num trabalho primoroso e artesanal. A coleção é muito colorida, com muitas cores reunidas em uma mesma peça, o que remete ao tema original da coleção, que são as diferentes etnias. (MD)