SÃO PAULO, 10 de junho de 2010 Por Erika Palomino (@erikapalomino)
Minha avó dizia: o que seria do azul se todos gostassem do verde? Pois o aforisma se aplica na Osklen _ao contrário, como se vê. A coleção Mergulho no Azul da Osklen se mostra, ao menos na passarela, um mergulho no imenso tédio. Livrando-se dos excessos arquitetônicos do inverno, quando a marca se travestiu de ângulos e quinas inusáveis e irreais, a Osklen cai agora na encruzilhada da simplicidade em excesso _quando se evidencia a falta de um conceito de “coleção”. Naturalmente, os fãs da marca sabem exatamente o que esperar quando chegam às lojas para comprar, porém no desfile nos ressentimos de mais idéias, e de vê-las desdobradas de modo mais consistente. Sobreposições, drapês, amarrotados, tricôs, malhas e tules estão em toda parte, não apenas na Osklen, e ao desfile cabe a criação de uma imagem de moda _e não apenas de uma seqüência algo aleatória de looks. Não falamos de um figurino de ballet ou de teatro, mas de roupas que nos vistam de manhã à noite. E a evolução da moda brasileira (e do próprio lifestyle made-in-Brazil) exige mais do que o trabalho de beneficiamento dos materiais e de t-shirts e calças "descoladas". O processo é importante _mas não é tudo. Queremos menos e mais. O grande paradoxo da moda hoje, numa história em que vão vencer quem for mais relevante. E não os mais fortes. Direção do desfile: Zee Nunes Stylist: Pedro Sales Maquiagem: Nadine Luke Cabelo: Robert Estevão Trilha sonora: Mangajingle Cenografia: OM.Art