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    Cotton Project
    N43
    Foto: Zé Takahashi / FOTOSITE
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    Foto: Zé Takahashi / FOTOSITE
    Por Camila Yahn 16.mar.17
    Uma cena que está no DNA visual de quem viveu os anos 90 conta um pouco o clima da coleção: surfistas descansando depois de um dia de inverno no mar. Calças moles, cardigans soltos combinados com moletons, chinelões com meia, gorros, conjuntos estampados tipo pijama. O rosto é avermelhado, queimado de sol. A expressão é de relaxamento. Ponto. Corta para o que se passou na cabeça de Rafael Varandas. "Pensei numa sociedade onde o relaxamento fosse tão importante quanto a alimentação saudável. Como se comportariam, por exemplo, os CEOs das empresas?", imagina Rafael, que, para dar roupagem a esse profissional dos dias de hoje, foco na hora do descanso e do ócio criativo. Em nada parece com um yuppie de décadas atrás. O jovem que está no poder hoje sabe sobre tecnologia, alimentação, consumo consciente. O discurso de Rafael nos diz muito sobre como se comporta a referência do grunge na moda contemporânea. Quando o grunge era grunge, nos anos 90, o que existia na sociedade era um forte comportamento anti-moda. Pensemos na figura de Kurt Cobain, que, embora provavelmente nunca tivesse pensado nisso em sua curta vida, se tornou um ícono de estilo. Um ícone de look preguiçoso, desleixado, as roupas com cores esmaecidas, esfiapadas, largadas. A atitude era de um desprezo não só pela moda, mas pela vida, pelo que hoje definimos como vida. Estamos falando de um tempo onde Trainspotting era filme de sucesso, heroin chic era tendência, e estar no sistema como alguém do bem era tudo o que o que essa cultura não desejava. Corta pra 2017 e as superfícies da moda grunge estão aí, e estão na passarela da Cotton Project. Os looks largados, as cores esmaecidas, o gorro solto na cabeça, sapatos-chinelo arrastados com meias. MAS não estamos com o mesmo espírito da geração Cobain. Não detestamos moda, não detestamos dinheiro, não detestamos a vida. “As pessoas querem um casual, mas um casual melhor”, explica Rafael da Cotton, assinando embaixo a intenção de toda uma geração que embora procure superfícies mais relax, querem o melhor da moda. (JULIANA LOPES)