A Animale abriu o SPFW N42 com o que certamente foi o melhor desfile de Vitorino Campos para a marca e até mesmo da grife em si, desde que começou a desfilar.
E é fácil compreender por que: a princípio, Vitorino e Animale são dois universos diferentes que, com inteligência e criatividade, podem beneficiar um ao outro. Porém, relações assim sempre têm seu tempo de maturação e essa parceria começa a colher seus frutos.
Nesta temporada, a marca viaja para Springs, reduto artístico dos Hamptons (NY), considerado o berço do expressionismo e também onde viveram artistas como Jackson Pollock e Willem de Kooning.
“A coleção fala muito desse meu encontro com a Animale”, diz Vitorino no backstage, poucas horas antes do desfile. Bem verdade. Os elementos que transformaram a Animale em um sucesso entre suas clientes – babados, silhueta mais justa e pele à mostra – aparecem sob leitura atual de Vitorino sobre o que é importante e legal na moda hoje.
Um bom exemplo são as peças de lamê usadas com top de linho e camisa de algodão (look 34 em Daiane). Tem brilho, exuberância, feminilidade, presença, mas também usufrui de uma elegância mais calma, com peças amplas e marcadas por amarrações, outro destaque acertado do desfile.
Vale destacar o vestido inspirado em camisolas infantis de 1910, as peças de paetê e jeans, inteiramente cortadas e bordadas à mão, o look de jeans lavado e os momentos florais, especialmente os bordados em tops e jaquetas.
“Peguei o que há de mais simples, trabalhei com as sutilezas”, diz Vitorino. E foi essa a sensação que ficou ao final da apresentação.
Parte desta coleção já está nas lojas da Animale.