SÃO PAULO, 30 de novembro de 2010
Por Luigi Torre (@luigi_torre)
Se na temporada passada Cynthia Hayashi tendeu para o lado mais experimental da moda (o que não é de todo ruim), agora ela atinge um bom equilíbrio _consequência de uma certa maturidade em formação. Com pontos de venda nas lojas Fernanda Yamamoto Convida e Mercado Mundo Mix, a jovem estilista parece entender bem as necessidades criativas e comerciais de uma coleção _fato que ficou evidente em sua segunda apresentação no projeto Lab.
"Quis falar de sonhos, não só os que temos dormindo, mas aqueles que desejamos acordados", contou ao FFW antes do seu desfile. Daí brotam as estampas digitais, sempre em referência a alguma simbologia no mundo do inconsciente humano. Tratadas como um patchwork, elas tornavam impossível o reconhecimento de seu desenho de forma clara. "Sonhos nem sempre são tão nítidos assim". O mais interessante, contudo, é quando Cynthia une a estamparia (quase caleidoscópica) a um exercício com tecidos de pesos e opacidades diferentes (como nas fotos #3, #7 e #10).
Outro ponto que merece destaque é o uso recorrente de zíperes. Ora meramente decorativos, ora funcionais, permitem uma intercâmbio de peças _ou parte dessas_ ao longo de toda a coleçã. "E falam também sobre a questão da construção dos sonhos".
O único problema, porém, é que as peças estampadas _geralmente casacos e vestidos pensados para transportar o conforto do sonho para o guarda-roupa_ e com interessante trabalho de zíperes, acabam anulando as demais. Talvez propositalmente. Calças, blusas, saias e até alguns vestidos em tons neutros, se mostram tão chatos quanto a vida real em comparação àquela que tanto sonhamos.















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