Gloria Coelho não gosta de literalidades. Seus temas são sempre abordados sob pontos de vista particulares e trabalhados de um jeito todo seu. Dessa vez não é diferente. Para falar de sustentabilidade e usar um discurso em prol do meio ambiente, a estilista vai buscar na física quântica a base de seu inverno 2010. Coleção, que apesar de bela, veio com gostinho de déjà-vu. E não, não estamos falando dos looks muito similares que entravam um atrás do outro na passarela.
Para isso, Gloria tem uma explicação: “Tudo na natureza é feito de repetições, o DNA, os flocos de neve, a energia solar”. De repente por isso é que a coleção toda pareceu mais uma extensão do verão 2010, do que uma nova direção. Tais continuidades não são novas no histórico da marca, mas dessa vez as formas estruturadas por tiras de tule, o aspecto sci-fi, as proporções, silhuetas e toda cartela de cores se mostram especialmente parecidas com que foi visto na temporada anterior, com pouquíssimas inovações.
Com corte geométrico, os tecidos encorpados e volumes rígidos que saltavam dos ombros como alças parecem duros demais, sem movimento, sem a energia que Gloria tenta trabalhar ao longo da coleção.
Contudo, peças boas não faltam. Os vestidos com tiras verticais que ondulavam em pontos específicos na frente e nas costas, os com volumes inflados de saias e golas, e aquelas com aplicações de plumas são alguns exemplos que merecem destaque. Só que depois de uma coleção tão elogiada na temporada anterior, dos problemas com o sitting e de um atraso de quase uma hora, estávamos esperando algo mais inventivo e com mais frescor.
Direção de criação: Gloria Coelho e Pedro Lourenço
Direção de desfile: Augusto Mariotti
Beleza: Terry Barber
Cabelo: Wanderly Nunes e Sérgio G
Trilha: Giancarlo Lorenci


























Não deixe de ver