PARIS, 9 de março de 2010
Por Luigi Torre
Ao entrar na sala de desfile num dos galpões, onde têm se concentrado boa parte dos desfiles aqui na semana de moda de Paris, via-se as paredes cobertas por projeções do diretor de cinema Kenneth Anger. Mais tarde ficamos sabendo que cineasta experimental estava intimamente ligado a coleção de inverno 2010 da Valentino. “Nossa coleção é sobre um romantismo na era digital”, disse ao FFW o estilista Píer Paolo Piccoli que assina a coleção junto com Maria Grazia Chiuri.
Digital ou não, as roupas apresentada no fim de tarde de hoje de fato traziam algo de um novo romantismo. Pelo menos para a noção de romantismo que se liga tão fortemente a marca Valentino. Afinal, babados e elementos do mais delicados, nunca faltaram em coleções do fundador da grife. E nem agora. A diferença, é que tais decorações femininas vem em vestidos curtos, corte simples e modernas, levemente próximo ao corpo. Isso quando não em sofisticadas jaquetas de couro que parecem levar toda aquela elegância da marca para um terreno mais jovem e audacioso. “Um romantismo dark”, completa a estilista Maria Garzia Chiuri.
Se antes o vermelho, cor ícone de Valentino, parecia algo temeroso demais, agora a dupla solta a mão para trabalhar com a cor em longos vestidos para noite. Porém, aqui a sofisticação parece um pouco aquém daquela do fundador da grife. Sofistcação essa que aparece no corte minucioso das jaquetas com babados pontuais nos ombros e lapelas, no corte simples e volume discreto dos vestidos curtos e até no tratamento de couro com renda ou então das peles e plumas que decoram alguns da coleção.
Se o maior desafio da dupla de estilistas é rejuvenecer a marca, o inverno 2010 marcou uma enorme evolução, colocando a grife no caminho certo.





































