PARIS, 9 de março de 2010 Por Luigi Torre
Talvez a maré de roupas simples, em tonalidades neutras que invadiu a moda para o inverno 2010 seja um sinal de que, na verdade, a próxima temporada é mais sobre estilo do que moda de fato. Mas ao mesmo, há tempos não se via uma uniformidade tão grande nas coleções de uma temporada, levantando a pergunta de que as tendências, declarada morta por muitos, estaria de volta com força total. Seja lá qual for a resposta (afinal ainda é muito cedo para qualquer afirmação desse tipo), o fato é que a Chloé foi buscar justamente nessa simplicidade neutra a essência de sua coleção. Recuperando um pouco dos anos 70 com os cabelos e make à la Farrah Fawcett, Hanna McGibbon eftua uma limpeza geral na marca, eliminando todo e qualquer elemento de frivolidade que antes davam toque jovial e feminino a grife. Primeiro vem blusas de seda soltinhas, com calças na mesma proporção, porem com corte reto, levemente ajustadas na cintura. Depois, tricôs em vestidos ou pulôveres próximos ao corpo indicam uma limpeza ainda mais forte no visual calcado no guarda-roupas masculino e em todas variações de bege possível. Por fim uma marcha de referências a alfaiataria arremata com maestria a coleção. O movimento faz total sentido para temporada. Afinal, as calças de cortes simples e modelagem solta, os tricôs oversizeds, vestidos retinhos e os excelentes blazeres de proporções masculinas, estãm em sintonia total com o atual clima da moda. Até mesmo o leve clima boho com as franjas decorando saias e casacos mostram extrema adequação às vontades do momento, indicando, talvez, que aquela consumidora que antes era uma menina docinha, agora já está se tornando uma business woman, mais séria. Resta saber agora se esse novo posicionamento vai dar certo para marca que, especialmente nessa temporada, ficou sem muito diferencial