Ontem (09.09), no segundo andar da torre comercial do Rosewood, aconteceu uma apresentação intimista de Ricardo Almeida. Nome referência em alfaiataria e sinônimo de precisão, o estilista se consagrou com desfiles que marcaram época no final dos anos 1990 e início dos anos 2000.
Atualmente, Ricardo tem experimentado, desde o ano passado, formatos mais intimistas, criando maneiras de dialogar com as novas gerações – e também com o público feminino – em um momento em que a alfaiataria busca novos horizontes.
Esse frescor e novo posicionamento de marca acontece com a chegada de seus filhos, Ricardinho e Artur, além do sobrinho Gabriel Pascolato ao negócio. O trio tem injetado energia na linha RA2, menos formal, mas ainda guiada pela técnica, pela execução e pelo acabamento impecável.
Para esta apresentação, Ricardo misturou todas as linhas, gesto que traduz também um desejo de menos rigidez e mais liberdade.
No styling, Pedro Salles mistura tudo de uma maneira que consegue despertar desejo até em quem não procura exatamente um blazer. Entre as peças que mais me chamaram a atenção estavam a bata, as camisas limpas, as camisetas e o short – e é justamente nesses itens casuais que a marca reafirma seu saber-fazer.
O linho e o algodão revelam o lado mais sofisticado, inteligente e funcional da coleção. Os brancos são especiais, mas a cartela que vai do marrom escuro ao chocolate e à argila adiciona uma profundidade interessante.
Enquanto a nova geração circulava, com Pedro Scooby e Enzo Celulari, ambos de RA2, Ricardo cumprimentava cada convidado olhando nos olhos. Um gesto que mostra como a mudança pode coexistir com a tradição de intimidade e sisudez do universo da alfaiataria.