Quando a Proenza completou 10 anos, em 2012 — época em que eu começava a trabalhar com moda — a marca vivia seu apogeu: Lauren Santo Domingo na fila A, todas as it girls usando, bolsas que se tornavam it bags instantâneas. Jack McCollough e Lazaro Hernandez conseguiam ser sofisticados e cool ao mesmo tempo, provocar desejo e ainda ter impacto comercial. Mas, como tantas outras etiquetas, a década seguinte foi desafiadora, e a marca foi encolhendo.
Agora, a dupla deixou Nova York e se instalou em Paris, na Loewe, sem olhar para trás. A Proenza, por sua vez, ficou nas mãos de Rachel Scott, fundadora da Diotima. E, se alguém ainda duvida da pressa em que vivemos, vale dizer: ela foi nomeada diretora criativa na semana passada (!) e já estreou nesta temporada no novo posto. A apresentação surpresa aconteceu ontem (10.09) e marcou não só o início de uma nova fase para a marca, mas também um ponto de inflexão para a própria NYFW.
O crochê artesanal da Diotima, feito na Jamaica, tornou-se nos últimos anos um código de estilo: usar um top, um vestido ou até um lenço da marca significa valorizar pequenos produtores e designers independentes, além de sinalizar insider knowledge sobre o que é realmente chique. Naturalmente, Scott levou parte desse espírito manual para sua estreia na Proenza, ainda que sua primeira coleção completa venha apenas em 2026.
“Este momento é realmente uma colaboração com o time”, explicou à Vogue. “Estou conhecendo a linguagem da marca, sua silhueta e paleta, mas começando a injetar um pouco do meu ponto de vista. Há muito mais textura do que normalmente se vê. Pensei nesses tecidos como se carregassem uma memória.”
Feliz que seja Rachel, embora reflexivo que ela tenha precisado desse posto para ganhar maior visibilidade. A vida tem dessas ironias — que seja, então, o meio para que alcance a notoriedade que merece nesse novo momento em que a moda começa a se redesenhar.
O que achou da coleção?