Uniformes acompanhados de luvas acetinadas, ecos marcantes dos anos 1920, além dos micro tops foram algumas das ideias da nova coleção feminina da Prada apresentada hoje (25.09), em Milão. Mas foram as saias, grande paixão de Miuccia, as grandes protagonistas do desfile.
Plissadas, pregueadas, rodadas em versão lady like, balonê reinterpretadas em misturas de texturas e materiais, transitando entre o sexy e fluido vs rígido e conservador. As saias com volumes e efeito amassado, resgatam o lado mais barroco da marca, um tanto apagado nas últimas temporadas. Vemos a exuberância de Miuccia, a disciplina de Raf Simons, as provocações de ambos.
O que a dupla de designers querem nos contar com esse jogo de espelhos entre feminino e masculino? Se antes a Prada era vista como uma marca contra a corrente, quase isolada em seu universo cerebral, agora parece olhar para fora e traduzir os desejos coletivos a partir de seu próprio alfabeto.
O preppy aparece, mas em chave excêntrica, como a dupla gosta. A cartela de cores é tipicamente Prada: de um lado, a austeridade dos uniformes em cinza, petróleo e azul-escuro; do outro, os tons açucarados de rosa, amarelos desbotados e um verde mentolado.
Nos pés, tênis baixos, scarpins e flatforms completam a narrativa, Milão tem gostado de brincar com seus arquétipos, entre compradores e consumidores fiéis.
Da matrona burguesa à jovem que gosta de atrair olhares, a Prada sugere que pode vestir todas as mulheres e deixa claro que dispõe das ferramentas para representar e materializar múltiplas personalidades – sempre à sua maneira, mas pode.