Um dos estilistas mais subestimados do cenário contemporâneo é o britânico Craig Green, talvez até pelo fato de não ter furado a bolha, que ele continue sendo cultuado entre insiders por uma linguagem muito própria. Desde 2022, o criador tem optado por desfilar uma única coleção por ano – formato que criou para alinhar ao mercado sem desestabilizar sua marca que, ainda, é pequena.
Mas voltando a hoje, já entrego: uma das coleções mais especiais desde o seu surgimento em 2013. Os 44 looks parecem uma bela colagem repleta de sobreposições: cores, tons, padronagens, estampas e texturas. Bermudas que parecem mil folhas, camisas de mil camadas. Até os looks monocromáticos ganham nas suas mãos uma certa profundidade.
Entre o étnico um tanto folclórico e uma explosão pop que remete a pop art, cada look do bloco final parece um universo próprio. Craig trabalha e retrabalha muitas técnicas, como a tapeçaria, não se dedicando só a imagem final mas em enaltecer o processo manual. Roupas para serem admiradas não apenas no todo, mas em detalhe, não à toa que muitas delas já participaram de expôs em Paris, Antuérpia e na Ásia. Único.