Michael Rider fez seu desfile de estreia na Celine na manhã de domingo (06.07) chuvosa, em Paris, com uma coleção intermediária de Primavera 2026.
Impossível analisar a estreia do novo diretor criativo sem entender seu background na moda: Michael é norteamericano, começou sua carreia na Balenciaga como parte do time de Nicolas Ghesquière ainda no início dos anos 2000; passou dez anos como diretor de design da Celine na era Phoebe Philo e de lá seguiu para comandar o feminino da Polo Ralph Lauren até retornar a Celine, agora como diretor criativo, ocupando o lugar deixado por Hedi Slimane, que causou uma revolução na marca criada por Céline Vipiana em 1945 como uma marca de roupas para crianças e que se consolidou como uma marca feminina de pret-à-porter com influência do sportswear.
A Celine de Rider não chega a apagar totalmente o que seus antecessores fizeram, pelo contrário, soma a isso suas referências e vontades de moda. O primeiro look do desfile é exatamente esse mix: blazer bege oversized combinado a jeans skinny e bolsa carregada de berloques. O que vem na sequência é um apanhado sobre uma visão do chique despretensioso parisiense que combina alfaiataria mais despojada, jeanswear e elementos do preppy, que parece ser uma obsessão atual da moda.
A coleção tem ótimos momentos, principalmente nas bolsas de tamanhos e estilos variados, o styling pontuado por lenços de seda estampados e nas jaquetas de couro de forma arredondada e cropped que dão um toque de atitude para uma coleção que joga no campo da segurança sem dizer exatamente qual o lugar Celine agora.
O que sobrava a Slimane parece faltar na estreia de Rider: personalidade. Talvez por isso a forte presença do logo em tops, camisetas e calçados fosse tão necessária.