Tudo sobre proporção, assim podemos resumir o desfile da Loewe, que aconteceu na manhã de hoje, em Paris. O primeiro e o último look entregam a principal silhueta que Jonathan Anderson propõe: torso curto, cintura alta, modelagem bem justa que vai se abrindo e acumulando.
Brilhos inesperados, couro que imita jeans, denim com cara de couro, emborrachados, camurças ultra macias, tricôs – sua predileção por texturas permanece, sendo quase um estudo sobre caimento e materiais. Os tops em tamanho máxi estruturados com agulhas, como se ele colocasse uma lupa, deixando as costas nuas, é a forma de Jonathan exaltar detalhes e propor sua visão de sexy.
Croppeds, flares e bolsos em lugares não tão funcionais revelam o exercício de reimaginar a forma de lidar com a roupa, outra discussão que está sempre em seu vocabulário. É cerebral sem deixar de ser desejável, por mais que cause – um ótimo – estranhamento inicial. A trilha com “Spalarkling” e “Sparlakle (Alys)”, num feat de felicita com Caroline Polacheck, complementam a visão de hedonismo e a forma introspectiva que essa persona idealizada por Jonathan atrai olhares.