“Meus olhos estão ardendo pelo sol”, dizia a trilha da #BottegaVeneta no começo do desfile e, ao final, convidava: “vamos para algum lugar?”.
Esse convite solar é irrecusável, quem não quer habitar o verão proposto por Matthieu, atual diretor criativo? Nessa temporada todas as marcas italianas procuraram frescor — o mais triste é que todas viram frescor apenas em mini comprimentos e interpretações mal sucedidas da Miu Miu.
Blazy, no entanto, não quer um lugar fresco à sombra, ele quer o sol a pino. Tem toda uma realidade na Bottega desde sua entrada, as bolsas máxi que deixavam tapetes de yoga, pôsteres e mangas de camisa à mostra são um dos exemplos mais explícitos.
A coleção tem um quê de saudosismo, não do passado, de outros tempos, mas do último verão. Sabe aquele primeiro dia no trabalho pós férias? Então! Entre som de chuva, gaivotas e raios, Dreams do Fleetwood Mac e até, acredite, Con Te Partirò do Andrea Bocelli apareceram na trilha. É sobre o trivial e o que te faz bem, a beleza do cotidiano.
Surpreendente, como sempre, Matthieu sabe como poucos ir fundo em um novo decorativismo, os bordados não são bobos, as texturas são estranhamente interessantes e os recortes afiados – confundem, prendem o olhar. Aqui é sobre sentir, sobre voltar para casa e ficar feliz com a sua intimidade.