Por Gabriel Fusari
Para reverenciar a criação feminina na moda na coleção de verão 23 da Dior, Maria Grazia Chiuri volta ao passado da França até chegar em Catarina de Médici, rainha consorte do país de 1547 até 1559. Evocando a arquitetura barroca em um cenário feito em papelão pela artista Eva Jospin, a designer mostrou sua leitura sobre os espartilhos, saltos e rendas de Burano feitos todos à mão, lançados pela nobre italiana.
Chiuri deu às roupas da corte uma nova linguagem, mais jovial e esportiva, ao usar estampas e tecidos com pegada vintage à minissaias (que ganham estruturas no quadril e são até um pouco teatrais), shorts, parkas e jaquetas. Em sintonia com a tendência gótica, vista em passarelas de outros estilistas, a designer apostou no preto em grande parte da coleção, finalizando a série com vestidos de renda com bordados de flores.
Alguns torcem o nariz para as coleções de Maria Grazia Chiuri, mas é impossível não reconhecer o trabalho que ela faz ao rememorar mulheres notáveis. Trabalho esse que, desde 2017, levou a Dior a ser tornar a terceira marca de luxo que mais fartura no mundo, provando que Maria Grazia sabe a quem tem que agradar.