Internacionalmente, os lançamentos das coleções de resort seguem a todo vapor. Semana passada, a Louis Vuitton escolheu Isola Bella, arquipélago das ilhas Borromeo, na Itália, para seu mais recente show. A localização não foi só por causa da bela paisagem, mas porque dialogava com o tema central do desfile: o fundo do mar.
A pesquisa para criar a coleção — que dividiu opiniões nas redes—, foi iniciada de uma forma bem cerebral, com o time criativo propondo ideias para materializar sons do fundo do mar, o que evoluiu rapidamente para criaturas fantásticas subaquáticas. “Imaginei as modelos saindo do Lago Maggiore. E eu sei que há inúmeros lugares para visitar por toda a Itália, mas aqui há um certo mistério”, disse Nicolas após o desfile.
Engenhoso e habilidoso, Ghesquière foi fundo em sua pesquisa e usou quase todos os códigos que o fizeram ser considerado o melhor designer de sua geração durante sua Balenciaga-era: mini comprimentos, ombros arredondados, volumes, mix de décadas e séculos, volumes e muitas camadas. O look com minissaia de babados e top cropped com barbatana na gola resume perfeitamente o mood escapista da coleção.
Esse realismo mágico quando encontra o streetwear fica ainda mais desejável, com neoprene sendo misturado a georgette, organzas, sedas e rendas ultra delicadas. Essa viajante aquática do tempo, consegue misturar era vitoriana, com anos 1920, 1960 e 1980. O conto de fadas sci-fi é nítido – e ainda mais vívido – nos longos drapeados e no bloco final – como se ninfas fossem ao red carpet. Repleto de movimento, rebuscado e muito lúdico. Se tem um designer que tem o privilégio de propor algo assim no cenário atual, sem receio dos riscos, é Ghesquière.